Costumava andar
a contar estrelas
Temia as
borboletas que vagavam
Fazia músicas
com o cantar dos grilos
Voava num beijo
doce
Me acendia no
desejo.
Costurava
remendos de vestes e relações
De machucão a esbarrão
da vida fui acordando
Até endurecendo
aos poucos.
Sim, eu mesma
que chorava com filmes de amor
Idealizei e na
dor me vi só,
Me perdi de
fato dei a ti de novo as mãos
Agora
encaliçadas e marcadas,
Novas mãos.
O corpo
diferente de antes
Cabelos, olhos,
dedos e coxas,
Agora tudo
salta do espelho
Me vejo bela e
desejosa
Desenho em mim
o caminho do apogeu do ser
Tanto sozinha como acompanhada.
Ao me embelezar nasce a necessidade
De cuidar das unhas, cabelos, rosto e coração.
Antes do fim éramos um
Simbiose
No fim vi-me a mim como realmente estava,
Vi todos os remendos e palavras não ditas
Vi a cor por dentro
E quis mudar o astral.
E no novo começo dos nossos muitos términos
Vejo você e a mim como seres separados
Que se unem
Se fundem, mas se soltam.
Percebi que depende de mim a auto estima
Entendi que o parceiro está ao lado
Mas não muda quem sou lá dentro
Que não devo afogar que sou
Por seus caprichos.
Apaixonei-me por blusas de herói
A calça cumprida não assusta mais
O meu rosa é delicado, mas firme
Nas mãos, pés e boca.
Continuo a terapia de me ver, me cuidar
Me sentir das mais distintas formas
Tendo você como companheiro até onde der,
Ate quando quisermos.
Tens meu coração como companhia
Mas não permissivo a ponto de denegri-lo
Ou me entorpecer
E machucar-me outra vez
Pois estou com minhas mãos nele
Seguradas
Para que não abuses do teu espaço
Outra vez invadindo o meu.
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