Não vê que
morro!
Devo partir e se
evanescer,
Essa espada me
dói na alma
Fere-me a honra,
Pálida navalha!
Voas pombas para
longe de mim
Levas seus véus
translúcidos,
Tira teu corpo o
afago do meu,
sentir
o sabor de sua saliva gélida
que me derrete por dentro,
Vens para
tirar-me a única coisa que acreditei,
Vê o ódio que
vibrava em mim
Derreteu em seu
toque,
Agora odeio o
amor que me consome;
Não há mas
tempo pomba,
Antes que morra
some!
(...)
De lado vejo o
rosto choroso
A ternura que
possuiria se as forças me restassem,
Não a teria pela
lascívia,
Mas
profundamente
Se pudesse
rouba-lhe um beijo.
O sangue viola a
roupa branquíssima da virgem,
Meu sangue,
Não a pedi que
fosse!
Porque a pomba
manchada não voa
Quer me ver nos
últimos momentos
Meu agonizar,
A chegada da
minha morte.
Como chora
Vem me abraçar,
posso ver seus seios,
Belos seios ensanguentados!
Não vê que a
ferida não estanca;
Queria tê-la,
Mas ao olhá-la
nos olhos eles me dizem
Que sempre será
minha.
Não tocaria
agora,
Queria que fosse
embora!
As palavras me
cessam
E já não sei
dizer adeus;
Em meio à
batalhas
Chora por mim
uma flor,
A mesma beija
minha mão,
Quero vê-la
Mais é só
escuridão.
(...)
Se pudesse
reviver,
Diria adeus aos
braços frios
Que me levam ao descanso
eterno
E me lançaria
aos braços trêmulos da flor do deserto,
Eu a teria por
toda a eternidade.
(...)
Já não sou
completo para pertencê-la
E estou distante
da sua luz.
(...)
Virgem! Não
sonhais mais comigo,
Não queiras
sentir a febre novamente
E não se ajunte
a nós.
Daqui percebo
que não há leito mais quente que o seu,
Quisera eu tê-lo
conhecido;
Esquentá-lo.
(...)
Melodia entre os
véus...
Vertigem! Não
domem os olhos daquela que amo,
Que ela não seda
a loucura.
Viva pomba
adorável
Como se eu nunca
tivesse existido,
Já me desfiz e
não existo,
Jogue as lembranças
ao mar.
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