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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Conhecidos/Desconhecidos (Vanessa Ferreira)





Como é estranho
Ser estranho ao que outrora foi familiar
Não sei se ler meus poemas
Nem ouso tuas canções escutar
O que resta é o desconforto
De um dia sentimento de querer bem,
Agora, nem palavras se tem
A boca se emudece
E a memória esquece o que lhe foi afável.

E não há toques ou abraços
No pequeno contato embaraços
De amigos agora desconhecidos
Rostos mais velhos
Vividos
Coração jovem
Cada qual com sua morada
Não se ronda em calçadas
Nem se joga papo no ar em roda incomum
Cada um em seu caminho.

Evitando-se o infortúnio encontro
E o que era bom
Torna-se banal,
Incomodo,
Exclusão social.

Adultos,
Sisudos,
Apáticos,
Restos pálidos da imagem d’antes.
Como não é bom crescer!





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