.

...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Pedaço (Vanessa Ferreira)


Sou um instante poesia
Sou um momento, contemplação,
Sou, apenas sou
Ser em mutação.

Eu olho para luz
E para os grandes astros no céu
Vejo uma infinidade de estrelas
Sinto um aperto no peito
A alegria tamanha de saber
Que faço parte de um inteiro.

Então eu olho pro meu semelhante
E percebo de onde vem tantas dúvidas
O porquê de tantas filosofias
O por que tantas perguntas.

Essa dualidade de alegria e dor
Esse instante de prazer e loucura
Esse momento de amor.









segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Conhecidos/Desconhecidos (Vanessa Ferreira)





Como é estranho
Ser estranho ao que outrora foi familiar
Não sei se ler meus poemas
Nem ouso tuas canções escutar
O que resta é o desconforto
De um dia sentimento de querer bem,
Agora, nem palavras se tem
A boca se emudece
E a memória esquece o que lhe foi afável.

E não há toques ou abraços
No pequeno contato embaraços
De amigos agora desconhecidos
Rostos mais velhos
Vividos
Coração jovem
Cada qual com sua morada
Não se ronda em calçadas
Nem se joga papo no ar em roda incomum
Cada um em seu caminho.

Evitando-se o infortúnio encontro
E o que era bom
Torna-se banal,
Incomodo,
Exclusão social.

Adultos,
Sisudos,
Apáticos,
Restos pálidos da imagem d’antes.
Como não é bom crescer!





terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Impulso latente (Vanessa Ferreira)


Não sei bem o que escrever
Mas sinto vontade de vazar por entre essas teclas
Isso me faz me sentir melhor
Então vou deixar que as palavras ganhem formas
E tudo que me vier a mente vou elencar.

Não sei bem o que imaginam de processo criativo
Mas se pode ser arte ao questionar a arte
Eu só queria passar o tempo
Para o nada não me engolir.

As horas passam no meu celular
Abro e fecho abas no computador
Ponho uma música suave.
Alguém conversa próximo a mim com outra pessoa
E eu sigo a partitura da canção mentalmente
Me ocupo em algo.
Me conecto a algo.

Sinto que não tenho mais vontade de chorar por exs
Nem me sentir vítima
Posso ser protagonista
E antes
O mais complicado
Posso dominar a mim mesma
Justo eu um bicho difícil de domar.

Me dá paz quando minhas palavras acompanham o fluxo dos meus pensamentos
Tenho um breve sossego
Estou compenetrada no word
Na voz doce da Sandy numa canção de MPB.

Esses são apenas 10 minutos na minha vida
Um passeio na minha mente.
Não tem o que esperar
Adivinhar
Coisas surreais
Românticas
Doloridas
O que tiver pra hoje.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

VITILIGO (VANESSA FERREIRA)





Tenho duas cores
Duas faces
Que vai da tempestade ao verão
Partes de mim lembram-me a brancura da neve
Essas partes não me são estranhas
Sou única diferente
Tenho duas de mim.

E é tão forte meu ser que exterioriza,
Grita,
Afastando a melanina,
E sou tão autentica que os borrões
E as marcas que são só minhas
E não se repetem.

Latente entoa duas partes de mim
Transcedo da pele
Das marcas em marfim.




sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

A interminável lista para a felicidade (Vanessa Ferreira)



A casquinha do sorvete,
A cereja do bolo,
A azeitona da pizza,
O refrigerante de uva,
Uma peça dramática,
Estudar,
MPB,
Sapatos...
Coisas que me dão alegria!
A companhia dos amigos,
Um livro antigo,
Uma nova teoria do cosmo,
Um batom novo,
Ganhar mais um amigo,
Um abraço apertado
Uma ação inesperada
 Da parte de quem se gosta;
Dançar valsa,
Coisas que me deixam no céu!
Aprender balé,
Roupa nova,
Igreja,
10 em literatura,
Aula de teatro,
Cantar no chuveiro,
Assistir o Fantasma da ópera,
Comer bolo de milho quentinho,
Não tem preço!
Estar com a família,
Comer maçã
Sorrir,
Conhecer um amor,
Ter fé,
A companhia do criador,
Amar e ser amado...





A VISÃO POR TRÁS DAS PÁLPEBRAS (Vanessa Ferreira)





Fecho os olhos
Penso que estou morta
Por entre as correntezas
No fundo do oceano.

Nas profundezas não há som
Não há vozes
Nem a de minha consciência
Nem sei quando silenciou,
Só há o infinito cheio de água
E marisia.

Abro os olhos
O que vejo é minha banheira
A água que jorra
Por cima do meu corpo...

Volto a fechar os olhos
Flutuo no meio do mar,
A cada onda espumante
Se vai minha dor.

E as águas preenchem
O vazio de minha existência,
E do meu coração,
E levam-me dançante
Me misturando a elas.




Incertezas do coração (Vanessa Ferreira)



Entre meus seios sinto algo pulsar
E não para de bater embaixo do espartilho
Está ali sangrando inda vivo,                                                               
por mais que se apertem as fitas.
Não há nada a escutar só o seu som
Sua batida.

Quantas vezes posso oferecê-lo?
Quantos desenganos ainda suporta?
Ainda haveria delícias em meio à dor?
E as amarras não o sufocariam?
Diria: Arranque-me as cintas, quero respirar?

Tenho em mãos, devo oferecê-lo?
Não sobreviveria sem ele, não viveria sem um coração,
Não sei se diria o mesmo.

                                      II

Os olhos me cercam cravados no espelho, me intimidam
Devo crer que falam a verdade?
Se olhar os luzeiros que formam constelações,
Vejo quão pequenos são os meus
Inda me perturbam lembrando-me de buscar respostas,
Respostas em mim.

                                       III
A sede de respostas   incomuns               me mantém vivo.
Cercam-me                a fé                       a vontade.
A solução                  é querer                 o saber.
Fascinam-me                questionamentos     e possibilidades.





terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Trivial (Vanessa Ferreira)




Ainda tenho a mesma paixão
A mesma represa de sonhos e versos
Ainda ando em círculo quando penso
Vejo teu nome.

Percebo que cresci
Que não sou mais a menina de 19
Tenho novo brilho
Nova cor
Novo perfume.

Mas não importa quanto cresça e mude
Não importa quantas viagens faça
Quantas pessoas eu conheça
Amo-te.

E é tão bom acordar com seu sorriso
Sua preguiça matinal.
Agora não é mais tão jovem
Mas isso não te tira o ar interessante.

Você cresceu e mudou
Para melhor para pior
Ninguém é perfeito
Também tenho meus invernos
Nos toleramos além do romantismo.

No fim somos apenas um homem e uma mulher
Cheios de marcas
Assim nos completamos
Assim nos encaixamos
Assim levamos a vida.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

A FRUSTRAÇÃO DO AMOR (Vanessa Ferreira)






Esse amor que tenho engasgado
É um fel em minhas entranhas,
Já gritei
Já pedi que batesse em retirada,
Já o disse adeus
Depois do “não”.
Essa dor que me consome
Faz-me sorrir
E sentir o amargo
E em um simples toque
Eterno prazer,
Por mais que o sufoque
E o tente matar,
Por maior que seja sua indiferença
Ele insiste em abrigar meu peito
Em ser hospedeiro de minha alma.
Sentimento parasita
Que me suga as palavras
E rouba para si
Toda minha inspiração,
E ainda sinto a sede de ter algo
Que você nunca poderá me dar,
Um remédio para essa enfermidade
Que se alastrou em mim,
A grande chaga de amor sem fim.



Autêntico (Vanessa Ferreira)




Não, não pretendo muda-lo
Qualquer alteração afetaria o produto
A mínima modificação poderia perde-te
E de verdade, eu quero você.

Não acho que tenha que se projetar
Ou ser algo que criei
Não desfaça sua imagem
Suas aspirações
Suas notas no sax e violões
Os pianos os esperam
Os cálculos também.

Não, não mudei vossa crença
Seu comportamento infantil às vezes
Hora malicioso e engraçado
A cor do cabelo e suas ondas
Não tinjas sua pele
Eu o quero apenas assim
Sem máscaras e disfarces
Nu diante de mim.




sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Renovada (Vanessa Ferreira)




Quero rever teus olhos
Papeis antigos
Ouvir tua voz
Embarcar em seu sorriso
Voltar aos 17.

Ver a ti mais uma vez
Como a primeira imagem
Como a introdução de uma canção dos anos 90.

E no azul dos teus olhos
Derramarei todas minhas lágrimas
Despejarei meu coração.

Passos a frente em meus caminhos
Vou dissipando tua fisionomia
Ouvindo longe a voz de Bryan Adams.

Um pouco de mim fica com as notas da canção...

Tudo muda e feliz estou
Deixei todos os meninos do meu passado para trás,

Os olhos castanhos,
Óculos indescritíveis,
As sobrancelhas grossas,
A fofura de um ursino,
Tantos sorrisos...

Tudo o mais platônico possível,
A todos dei adeus,
Nascendo agora uma nova versão minha.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Conjugando o verbo ASSUMIR (Vanessa Ferreira)




Assim declaro meu amor por ti,
Palavras, Palavras, Palavras!

Ah! Suspiro cada vez que fui
Me alegro nos passos da valsa
Das minhas mãos ritmadas.

Canetas precisas
Papel receptivo
Mente pensante.

Abraço-me,
Aceito-me.

Escritora,
Contemplativa,
Emotiva,
Adulta,
Infantil.

Liberdade tenho em ti
Mundo das palavras.



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Alturas (Vanessa Ferreira)




Deus me criou uma águia
As vezes quebro as asas
Me enclausuro
Espero sarar
Mas quando menos se espera
Elas melhoram e minha natureza me leva a voar
Voar o mais alto
Para onde não vi.

Amo voar
Me sinto em conexão com os céus
Me sinto em paz
Faço parte de um vasto universo
Tudo fica menor
Até mesmo meus problemas.

Por que assim me criou Deus
Não como rosa
Não como pardal
Mas sim uma águia
E como águia alçarei novos voos.





segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Plenitude (Vanessa Ferreira)





Mesclo poemas antigos e novos
Lembro-me de coisas boas e ruins do passado
Vejo o meu presente...
Reflito,
Fechos os olhos e agradeço.

Agradeço o que sou,
O que fui e o aprendizado que adquiri.

Positivo também são os defeitos
Mostram que não sou perfeita
Sou finita/ infinita, humana/imortal/mortal,
Estou em ebulição, transformação,
Fazendo e desfazendo.

Paz
E só isso importa.

Amor
Começa de dentro.

Inspiro e expiro,
Fecho os olhos e faço minha prece.
Obrigada!





Poema/Música/2012: GATO SIAMÊS (Autoria: Vanessa Ferreira)



Eu te vejo e esquadrinho
Dentro dos olhos de um gato siamês
Um animal imprevisível
Que nem você controlará.
E descendo as escadas dos engenheiros
A visão grotesca e escrota do medo
Nessa visão nunca quisemos estar
Nesse lugar nunca estaremos.

Retalhos e botões
Acanhada só olho os meus pés
Enquanto me despertas o desejo.
Então deixe tocar
E cante outra canção do Elvis
Deixe o meu corpo esquentar
E afugentar meu medo.

_Eu quero estar com você essa noite
_ah! Como quero estar com você essa noite
_Vou fingir que nada acabou
_Fechar os olhos e te imaginar
_Dedico a você cada suspiro meu.



QUASE TUDO (Vanessa Ferreira)



O que eu preciso na vida?
Se já tenho tudo,
Ar pra respirar
Canetas e folhas
Palavras...
Palavras,
De uma fonte inesgotável
Que ecoam em mim.
Se faço a solidão minha amiga
O silêncio sinfonia
E de alegria que me dá desespero,
Uma ponta triste em meu pincel
Uma frase perdida
Recém nascida de minha pena.
Eu me tenho
Apenas a mim,
Apenas meus braços
Presa no paralelo poético
No eu lírico
Em beijos com sabor de papel A4.
E diante de cada verso vejo
Como sou insignificante
E de outra forma
Tão grande,
Tão poderosa,
Mas volto a ser frágil
Triste
Melancólica...
A esperar uma realidade chegar
Ao meu mundo de sonhos,
Como o punhal de Julieta
O qual Shakespeare sofreu,
É preciso dar sempre um fim
As histórias de amor que crio.
Sempre terá um ponto final
Em cada poema,
Um último acorde a canção,
Um último passo a dança,
Um último croissant,
É preciso saber quando
Um romance termina,
Por mais doce ou ilusório
Que tenha sido.