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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

terça-feira, 6 de março de 2012

SEM AS LENTES (VANESSA FERREIRA)


Enxergo o mundo de outra forma

Na biformidade,

Na triformidade,

Ele é múltiplo;

A realidade se divide em pedaços

Não é uma única ideia

Não é só um globo

Um só domínio,

São inúmeros.

Os aparatos do senso comum

Me foram tirados,

Agora posso ver com clareza

O que a neblina me embaçou,

Posso olhar para dentro

E entender o que há lá fora.

Entretanto no fim

Somos todos presos

Presos a ideias que não são nossas

Mas acabam se tornando.

Nosso gênio mesmo com a vista sã

São no fundo

Domesticáveis,

Sua essência indomável

Mais tarde se perde

Ao longo do sedentarismo,

E ao saber disso

Sinto falta de minha ignorância.





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