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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Aromas (Vanessa Ferreira)


Não tenho cheiro próprio.
As flores têm seu perfume,
Um frango guisado...
Imperceptível está meu olfato,
Das dores de um leproso
Ao silêncio de um apaixonado.
O cheiro que se sente
Em mim impregnado
É um cheiro emprestado,
De sândalo
Outras vezes de flor
Aromas passageiros
De botões vermelhos
Dos arbustos,
Suave sabor.
Das matas molhadas
Suadas folhas cheias de orvalho
A qual tem seu odor,
O que me resta é
Tomar delas para mim
O resplendor.
Mas, com o tempo se esvaem
Como se nunca existissem
Arquivo na memória
E meu corpo volta ao original
Sem ter a fragrância surreal.
Como não posso exalar minha essência
A sensíveis narinas?
Falhas narinas
Omitem-se ao cheiro da existência,
Ao incenso da alma.




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