.

...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Lavanda (Vanessa Ferreira)



Se adapta ao clima tropical

Alegria da vida

Sobrevive aos mais frios dias

Em suas cores azuladas e roxa sabe embelezar

Dela sai a clareza

A calma em meio a pressa

Até no prato se destaca

Como o aroma que acompanha as lembranças

Ela renasce.

Bella (Vanessa Ferreira)

 

Baila com a brisa

Suas raízes são firmes

Floresce o ano inteiro

Luz a deixa viçosa 

Na temperatura da vida dança,

balança e corre como vento

Enfeita e perfuma entre os caminhos.

Sempre que olho para você vejo esta flor

Uma violeta é sensível e forte apesar de parecer que ambas características não se cruzem,

Mas na licença poética que tenho analisando o ser digo que sim.

Ganha o mundo com delicadeza e meiguice

É sabida,

Sabe como se moldar para chegar ao sol

Ela sempre acha luz na escuridão.

Ela é Bella.


terça-feira, 25 de agosto de 2020

Noite (Vanessa Ferreira)


Em curvas negras me afogo

O chamego do roçar da barba

Dedos e mãos firmes

Pés que prendem a terra

Cabeça espacial.


Em sua biblioteca escaneio linhas neurais

Bebo de sua sabedoria a conta-gotas

Sou o manto que te cobre

Deito contigo na teia de aranha que sustenta a matéria.



Vento Travesso (Vanessa Ferreira)

 

Um beijo apressado em meio a livros

A procura de um quê

Não encontro alívio

A reposta não existiu.


Quis por instante o saber

Tentei me conectar a você

Na era Victoriana me teletransportei 

Nos teatros instantes congelados

Quis instalar uma ponte a seu afeto.


O carinho no toque me fez olhar para dentro

O que vi já tinha visto

A luz de seus olhos castanhos

Meus devaneios não eram iguais aos teus 

Eu lhe fui insuficiente em meu querer.


Pintei seu rosto de olhos fechados

Lhe enviei o bem

Energias positivas para que sigas

Em fraterno amor lhe concedo sorrisos

Torço por ti e com alegria o recordo.



Quântico (Vanessa Ferreira)

Sempre terei meu corpo para te dar

Enquanto fores meu

Quero que seja sem medidas.


Na minha ingênua compreensão de eternidade eu amo você

Hoje e sempre.


Como a gravidade

A relação espaço tempo

Tal a velocidade de átomos

Eu sou o nêutron de teu próton

Por isso eu o sinto.


Existem várias versões de nós agora onde estivermos

Estamos amando nesse momento

Mesmo em realidade de segundos distantes.


Na divisa de meu racional

Até no que não sei dizer

Que me forma

Talvez alma

Áurea

Consciência

Você já é eu

E eu sou você

E continuo coexistindo

Em total êxtase.




quinta-feira, 30 de julho de 2020

POEMA SOBRE O TEMA: RELACIONAMENTO ABUSIVO

ELE  (VANESSA FERREIRA)

 

TE SUGA

A BELEZA

A JUVENTUDE

O  VIGOR

OS RECURSOS

ATÉ A FÉ EM SI MESMA.

 

AOS POUCOS

A CADA CONTA QUE VOCÊ PAGA

ÀS POUCAS VEZES COM A VOZ ALTERADA

QUANDO QUER QUE PENSE QUE ELE SABE MAIS

QUANDO TE IGNORA

QUANDO VOCÊ DEIXA DE GOZAR.

 

ELE VAI SE TORNANDO PESADO

VAGAROSO

SE ARRASTA FAZENDO BIRRA

E VOCÊ O CARREGA PARA TODO LUGAR

COMO UMA COLEIRA QUE TE SUFOCA

PUXA PRA BAIXO

COMO UM PEDAÇO SEU QUE JÁ MORREU.

 

VOCÊ NÃO É MAIS A MESMA DE QUANDO O CONHECEU 

SÓ O FÍSICO OU APEGO NÃO TE ALIMENTA MAIS

VOCÊ NÃO SE ENXERGA NO QUE SE TORNOU 

O QUE FOI INFLUENCIADA A SER

A QUERER

A COMER.

 

VOCÊ VAI DIMINUINDO

ENTRANDO NA CAIXINHA.

 

ERA UMA MULHER TÃO BONITA

LIVRE

AGORA SE ISOLA

CHORA

PENSA EM VOAR DA JANELA.

 

TESTOU SEUS LIMITES

DANÇOU EM CIMA DE SUA EDUCAÇÃO 

E AGORA?

PENSAS QUE ESTÁS LOUCA.

MAS SOU SUA CONSCIÊNCIA 

ESTÁS VIVAS

AINDA É CEDO.

 

 

VOCÊ É VOCÊ

SEMPRE FOI E SERÁ

SE  OLHA

SE  AMA

DEIXA A ROUPA NO TANQUINHO

JOGA O LIXO DEPOIS

ESQUECE OS PRATOS NA PIA

TUDO PODE ESPERAR


MENOS VOCÊ.

 

DE POUQUINHO EM POUQUINHO

VOCÊ SUGA TODO O VENENO QUE TE CORROEU

E DO NADA VOCÊ VOMITA.

 

O RUIM DO REFLETIR É O PESAR QUE NOS DEIXA

O BOM É QUE APÓS RECOGITAR, REMOER, DESTILAR

VOCÊ SEGUE EM FRENTE.



quarta-feira, 1 de julho de 2020

Rodopiando (Vanessa Ferreira)

Ela voltou por achar que o maior bem é a família
Ela voltou por um ideal cristão
Ela se encontrou e se perdeu novamente
O que é o outro se eu não estou completa?
A essência é maior que a aparência
Mas momentos de lucidez podem ser abafados
A vida pode ser cinza se você quiser
Eu desejo que um dia veja o arco-íris de ser quem é.
Mas uma mulher morreu
Ela é só maquiagem e manequim
Mas é bela
Eu mulher só posso pedir por ela
Desejar um tantinho de felicidade em meio a sua sina.
Já fui ela.




quinta-feira, 25 de junho de 2020

Eu e o mar (Vanessa Ferreira)


Cada célula do meu corpo se conecta a água salgada
O balançar  vento
A areia onde finco meus pés .

O céu azul mistura-se ao mar espelho
Espumas e gotículas de água evaporando em neblinas
Tudo faz parte de mim
Estou em casa de novo
Meu casulo
Placenta do mundo.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Desdenho (Vanessa Ferreira)


Como aqueles  versos piegas
que eu lia e ria na adolescência
eu sinto sua falta.

Quando atravessa a porta eu sinto ir
O cheiro se dissipa do ar
Impregna em mim a sensação de solidão.

Eu ri dos cantos bobos dos boêmios
Agora me apego a vida por causa de tua volta
Agora me vejo nos lábios do jovem poeta John Keats.

Sou a maior tola nesse condado
Volto ao século XVII a melancolia
Mas meu tempo é de agora,é revolução.

Estou presa a seu lenço
A como me laçou em seus versos
A como me fiz pertencente a teu ser.

Amargo o néctar da fantasia me é em tua partida
Não é audível o mover de minha energia em busca da tua
Atada a essa casa no fim do dia.

Eu me misturo a casa
Sou a parede,as janelas, as portas
O cabideiro que guarda teu terno e meu chapéu.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Posologia (Vanessa Ferreira)



Eu mesma sou minha medicação
Cada dia convivo e supero minhas questões
O fato do querer a companhia é melhor que precisar.

O amor se exerce de várias maneiras
Seus poemas me afagam o coração 
Não me laça
Não me prende
Fica ao lado.

A raiz do amor para mim é a liberdade
Hoje sei disso.




Interestelar (Vanessa Ferreira)



Eu sou a nebulosa insistente na tua Via láctea
Sou o berço das estrelas
Eu gero a vida em mim
E ao mesmo tempo sou tua casa.

A ti gerei um novo homem
Nessa metamorfose virei outra mulher
E um dia como filho continuarás em mim
Novos planetas virão
Eu sei sempre tua morada.

Na dor
Na alegria
Na solidão
O nosso elo quântico permanecerá além da velocidade da luz.




terça-feira, 2 de junho de 2020

No silêncio (Vanessa Ferreira)


A filosofia vaga no silêncio da matéria escura do pensamento
tal qual como o universo, nunca está parado.
A pulsação do nosso consciente silencia as palavras
mas continua em devaneios inconscientes.

As vezes filosofo quando tenho uma pia de pratos para lavar,
assim acaba logo.

Com isso quero dizer que o que os dedos não falam a mente processa
O filósofo está produzindo seu texto a cada momento de silêncio.

A Rosa Branca ( Vanessa Ferreira)


As rosas brancas se misturam num buquê
Porém, não perdem a majestade
Seu nome denota a paz
Mas em suas fibras ela tem paixão
Meu olhar de poeta vê que os espinhos que tem protege sua prole.
Afinal a maioria das pessoas a acha delicada
Querem ter a beleza para si
Mas ela é linda solta
Na natureza
Se dá somente ao amor verdadeiro.

Ela é franca
Fraterna
Seu coração de mãe abraça o mundo inteiro.

sábado, 30 de maio de 2020

Vazante (Vanessa Ferreira)


Não fiz nada até agora
a não ser escrever.

A casa não me incomoda nesse instante
A tv não me é tão interessante quanto as palavras
Elas se acumulam em mim
Tenho tantas...

Estou florindo pelos dedos.

Não sabia que sentia tanta fome de poesia
Mas num dia como hoje
Estou um caso sério a escrever.

Amarílis (Vanessa Ferreira)


Hoje eu comecei a refletir sobre essa flor
A cor e beleza são as primeiras coisas que notam nas flores.

Mas se olharmos seus detalhes vemos algo maior
Tem traços de realeza é  tida como imperatriz
Nada tão distante de quem tem um Deus como pai
Mas algo profundo me fez refletir.

Ela se adapta aos climas da vida
E a vida não é  feita de uma só estação
varia muito até mesmo num dia.

Quando li que no inverno  pode até perder algumas pétalas fiquei triste
Mas me alegrei logo depois
Porque ela resiste
E logo volta a ser tão linda ou até mais do que era.

Então, vi que essa flor é  sua
É  como lhe vejo
Talvez o tempo tenha mudado diversas vezes ainda hoje
Mas está na sua essência
Sobreviver
Resistir.



Lúcida (Vanessa Ferreira)


Sinto sua falta
Como uma canção nórdica
Meu interior brada.

Vivo por milhares de anos
em meus vinte e oito.

Eu fui tua 
Fui minha.

Faz tempo que o conheço
Essa tua essência vagava
Só esperava bater em minha porta.

O devaneio 
As espadas
Alucino em vãs pensamentos.

Te conheço da eternidade talvez
Mas sou ciência 
Você é crença
Que seja
Espero mais uma manhã.




Margarida (Vanessa Ferreira)

Uma pequena Margarida
Uma grande mulher.

No Jardim ela dança
Pétalas brancas singelas
Miolo laranja
Contrasta com verde do caule.

Formosa
Querida
Da primavera ao verão
Sorrir
Resiste
Quão forte é!

Não se engane
Ela se esvazia
Dela jorra amor que nunca para de encher
Ah o perfume é único
O sorriso vibrante.

Cor de rosa (Vanessa Ferreira)



Uma rosa cor de rosa
Ecoa no vento seu perfume
Romanticamente abraça o mundo
Vê o belo em tudo
Joga amor em volta.

Dá colo aos que pede
Ela é  mãe, mulher, avô
Coração imenso
É  a cura de dias maus
A fé além do vento
do tempo.

Tão sensível rosa
Forte como a esperança
Bela como o amanhã.

Girassol (Vanessa Ferreira)

Descubra como cultivar girassol, uma das flores mais lindas do mundo
Um girassol
Resiste a tudo
Se dobra
Volta a ser o que é.

Como um copo de leite falando com um girassol
Vou lhe dizer o que vejo.

Em dias frios suas pétalas são firmes
Elas lutam
Poucas caem
Você resiste.

Quando chove no Jardim
Encho de água e me viro para escorrer
Você se deixa regar depois se inclina para lavar tudo por dentro
Mas nem parece
Pois sempre está aberta para quem está do lado.

Quando está nublado
Você não desiste
Olha para frente
Sabe da existência do sol
Ele está atrás da nuvem mais densa.

As vezes pode barruar em outra rosa quando se movimentar
Mas pede desculpas e a ilumina no verão com seu reflexo.

Tem momentos que eu não quero abrir
Aí eu lembro de você
Que nunca fecha.

Sempre recebe o que a vida te dá
Chuva
Sol
Vento.

Quando chega o sol
Tudo se ilumina em você
Todos a veem no jardim
As rosas recebem calor e sol
Nos passa coragem.

Mas achei que como vizinha
Eu devesse lhe mostrar que sua grandeza e sabedoria não se esconde só no verão.


Então não espere o sol para ser feliz.



Dilemas de uma rosa vermelha (Vanessa Ferreira)



A cada fase da vida você muda
Suas cores esfriam, esquentam
Você pulsa alternando a intensidade.

A cada fase da vida
Você não deixa de ser quem é
Mas conhece as várias facetas que tem
A mulher, a mãe, a filha
A que fere
A que cuida.

Da acadêmica a doméstica
Você nunca deixa de amar
O amor é  a sua cor.


Camélia (Vanessa Ferreira)


É  espantoso como a natureza nos ensina
Sua rosa tem muito haver com você.

Linda
Variam no tamanho mas não perdem a beleza
Elas são lutadoras.

As flores as vezes subestimadas por sua beleza
Escondem força
E como marcam o mundo com seu perfume.

No texto diz que elas não se adaptam muito bem ao calor
Vou lhe dizer
Esse texto está incoerente se depender da Camélia que conheço
Pois ela sabe lhe dar com as tempestades
E nunca perde a pose.

Nos ensina a nunca subestimar uma flor
A jamais criar um padrão fechado para ela
Ela vai se superar quantas vezes precisar.

E na doçura de seus loucos detalhes
Invisíveis a olhos desavisados
Ela vai florir.

Irmãos (Vanessa Ferreira)

Ninho cheio
Coração quentinho.

Ter em minhas mãos meus bebês
Eles cresceram
Cachinhos tão familiares continuam
Sorrisos que Tetessa ama.

Eles voam
Mas um dia assim como ontem como hoje eles pousam aqui
Ao meu lado
Eu olho os olhinhos deles
Estão maiores que eu
São meus irmãos
Meu sangue
Minha gangue
Um pedaço do meu coração.

Enquanto viver eles terão meu par de asas para em dias como hoje se aninhar.

Papoula vermelha (Vanessa Ferreira)


Uma vez andando vi uma papoula vermelha
Estava entre muros
Enfeitava
Resistia
Vivia.

Haviam tantas no meu bairro
Nas minhas lembranças
Me era comum até olha-lá.

O belo está nas coisas simples
Até o magnífico pode passar despercebido aos olhos.

Suas raízes profundas
Galhos fortes
A permitiam ser leve
Balançar sem medo.

Era lindo vê-la vibrante
Emoção de sua luta
Enfeitando o concreto do muro
Embelezando a vida de quem passava
Não deixando de também ser flor.


Seu trajeto em mim (Vanessa Ferreira)


O amor no princípio era voz
Que ouvia
Acalentava.

Desenhava caminhos das questões filosóficas
Andava comigo nas ruas do inconsciente.

Depois ganhou carne e ossos
Virou homem.

O amor virou gente e me chama pelo nome
Acorda do meu lado esquerdo
e me faz o café da manhã.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Ascensiando (Vanessa Ferreira)

Quero chupar cana caiana
Ver o maracatu mesmo remotamente
Bumba Meu Boi nas calçadas da lembrança
Lembrar dos sonhos meus com presépios e pastoris.

A “Flor Fenecida” de Ascenso ler
O “Lusco Fusco” ilumina as ruas
Danado em Palmares vou ficar.

Cinema Apolo que saudade!
Mas depois irei te ver.

Mestre Carlos de quarentena
Faz videoconferência com jurema
Sucessão de São Pedro foi assunto em pauta.

A filosofia passa entre os corredores da casa
Atrás das máscaras misticismo
Tenho medo da lua grande que Ascenso comeu.

Noturno penso no trem de Alagoas
Transporto-me a Praça Paulo Paranhos
Danado em Palmares vou ficar.
--------
Copyright © Vanessa Ferreira 2020

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Balada de um amor (Vanessa Ferreira)


Me deixo ser amada
Como uma empreitada
Fechamos diárias
Contratos
Barganhas.

Me deixo ser amada
Mimada
Amaciada
Amolengada
Moldada de carinho.

Me deixo ser vista
Carente
Desesperada
Querendo me aninhar.

Dás-me tanto afeto que esborras
Recebo até mais do que comporto de ti.
E quando não estás
O vazio é tão grande que faz ecos...

Por isso vou fazer nutrir a poesia
De poema a poema
Sinto o baque da saudade
Me levar ao mais profundo sono
Que é onde quero ir
Apagar, sumir a noite enquanto não vens.

Só existe a poeta na escuridão solitária
E a  mulher espera tua volta.










quarta-feira, 15 de abril de 2020

Quando você é a poesia (Vanessa Ferreira)


Uma vida
Tantos livros ainda não lidos
Textos inacabados em mim
Incompletos, ainda escrevo.



Alma (Vanessa Ferreira)


Sinto às vezes que vivi 100 anos

Eu ainda me acho não encaixar

Estou curtindo o passeio aqui

Na tua companhia.


Mostra-me o lado de lá cultura

O lado de cá tantas coisas belas

Leva-me a ver cores, poemas,luzes

Aceno para os rostos que  me apresenta

Aprecio os quadros nas paredes dos lugares.


Nessa estante estou

Acho que por acaso

Mas me pega a mão

Diz que sou o livro mais belo

Logo tu que é obra da poesia também

Tão cheio de paixão

Mistura-se ao amanhecer

E  sirvo-lhe-ei meu café.






domingo, 5 de abril de 2020

Lendo-te (Vanessa Ferreira)


Eu bebi da fonte do poeta
No badalar dos sinos
Anunciando a eternidade.
Vi sua alma inerte
A energia eclodir dos dedos
O fôlego de vida
Seu pulsar de morte
atrás da minha pálpebra
Lhe vi nascer.



terça-feira, 17 de março de 2020

Embutido (Vanessa Ferreira)

Você me traz alívio
Sabe o que falar, fazer
Meu ponto de equilíbrio, paz
Em meio ao meu pânico e o grito da noite
Consegui repousar em sua fronte.

Quimicamente me nutri de um falso sono
Mas até esse se chegar teu cheiro me acalmava.

De manhã a sanidade me volta 
Após as desculpas aceitas
Você me nina
Fazemos amor
Percebo como me diz
que no sim ou no não, e até o fim
Eu o tenho
E você tem a mim.


Ruídos (Vanessa Ferreira)


Eu só queria paz
Que vozes de fora saíssem do meu redor
São tantos barulhos
Tanto desespero
Eu só queria paz do silêncio.

sexta-feira, 13 de março de 2020

Agora (Vanessa Ferreira)


Eu vou vestir a roupa da modelo
ela vai caber em mim
em minhas formas diversas.

Não sou imutável
mas a roupa veste a mim
pois a modelo sou eu.

Acho que me visto de eternidade a cada manhã
Estou com medo do imprevisível
Como um vírus solto.

Eu só penso em você
Em como está
Longe migrando...

Já não posso beijar, abraçar ou sentir
Sinta então meu carinho daqui
Que a poesia faça o que quis, e vá onde não vou.



quinta-feira, 5 de março de 2020

Linda (Vanessa Ferreira)


Além de suas rugas
Preocupações nas mãos
Dores no corpo e na alma
Você é linda.

Seus olhos não se prendem só a terra
Você é feita de sonho
De seu vestido borboletas voam
Na fantasia se torna forte
Você se renova.

És vida
Flor
Mulher.



Relampejo (Vanessa Ferreira)

Na linha do horizonte
Eu vejo você.

Passando por densas nuvens a fantasia vive
Vivo estás.

Em mim eu espero que cada dia melhore.

Às vezes nos vemos em textos
Palavras
Pensamentos filosóficos
Naquelas tardes quando eu questiono tudo
Transfiro-me para quando estamos juntos.

O tempo voa
Tudo passa
Fica eu e você na linha do horizonte.

Meu sistema solar (Vanessa Ferreira)


Sonhei errado
De fato ilusório foi
Novas luas são descobertas
Rotas continuam
Estou a movimentar.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Degustação (Vanessa Ferreira)


Hoje a refeição é com você
Fico ansiosa e feliz
Imaginando a dança das panelas
O cortar dos legumes e temperos
A proteína tratada
Salta-me os olhos no voo das farinhas
O alimento empratado servido tem uma história
Vai me nutrir hoje de muitas formas
Afetivamente projeto detalhes seus na minha cozinha.




sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Nômade (Vanessa Ferreira)

Eu não me prendo a ti
Posso dizer adeus a qualquer hora
Olho o relógio
Tenho a chave da porta
Você vai embora daqui a pouco.

Tenho o poder da despedida
Fujo do ficar
Entre as minhas mãos o delimito
Analiso
Calculo suas possibilidades
Aqui dentro estou dez passos há sua frente.
Até quando?


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Hiperativa (Vanessa Ferreira)

Quero paz
Rasgar o fio do pensamento ruim
Devaneios
Destinos
Nascer de novo
Ver novamente
Tentar entender quem de fato foi
Grandes amores
Apenas olhares.

Sempre vou abster e fingir calmaria
Mas o abismo interno está lá
Já passei tantas vezes
Enfrentamentos não são novidades.

As vezes elétrica dou choques de adrenalina
A ansiedade tentar me sufocar a noite
A cabeça dói
O peito explode
Eu hiperventilo
Até controlar minha respiração.

Quero rasgar-me hoje
Existem sequências lógicas de conceitos
Verdades
Estilisticamente montadas nas frases
As notas do som trazem por mim cada ponto.




sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Instável (Vanessa Ferreira)

Um dia me fiz guerra
Te desprezei
Repeli todo e qualquer carinho
Eu quis estar só,
E fiquei.
Mas pela manhã já era outra
Seus olhos os mesmo acolhedores de sempre,
Inalterados.
Não pude apagar o borrão de outrora
Inda sim a melancolia existe
mesmo que não saia.
O que há de errado em mim?

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Divã (Vanessa Ferreira)


Pegue na minha mão
Vamos fazer esse caminho
Onde tiver pedras a gente pula
Se tiver rio a gente contorna.

Mal vejo a hora do meu expediente acabar pra te ver
Subirei as escadas
Percorrerei os caminhos
Dessa vez eu irei.

Já tivemos inúmeras sessões da vida
Questionei tudo até minha existência
A melancolia quase me engoliu
é sou complexa
Acho que serei assim a vida toda.

Irei consciente e inconscientemente lhe analisar
Vou achar suas pontas
Adentrar na minha e na sua escuridão a passeio
Sairei após o divã.

Um romance?
Um objeto de estudo?
Um bom sexo?
Talvez uma parte de mim perdida
Quem sabe és só uma fantasia minha.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Poema na sopa (Vanessa Ferreira)


Afeto
Empatia
Transferência
Vai me nutrir
Essa é tua poesia.

O peixe não me deixa esquecer o mar que vimos juntas
Durante nove meses me alimentasse de teu ser
Por dois anos depois de teu leite.
Sou fruto de teu sangue
Sou adulta e ainda me alimentas 
ás vezes do que não é comida
Mas hoje me fizeste um dengo.

Eu li teu poema
No cheirinho que invadiu a casa toda
Cada pedaço de repolho tem amor
O coentro boiando vai desenhando sorrisos
Maternal é o pão que molho.

As cenouras acomodadas em cubos
Abaixo da superfície do líquido repousam
O caldo encorpa tudo
E me sinto no ventre de novo
O carinho virou sopa de mainha e me visitou
Afeição, comida, calor, conforto de mãe
Essa é tua declaração de amor.


Hospedeiro (Vanessa Ferreira)

De maneira tranquila vem
Com a chave da porta ainda se anuncia
Valsa pela casa olhando meu teto
A cozinha colorida
Na sala nosso divã.
Ah! a vida nos dá tantos assuntos
No fim Nana Caymmi nos guia
Ainda sou perspicaz apesar de traços românticos.
Então, qual nossa próxima questão?