.

...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

terça-feira, 23 de junho de 2020

Desdenho (Vanessa Ferreira)


Como aqueles  versos piegas
que eu lia e ria na adolescência
eu sinto sua falta.

Quando atravessa a porta eu sinto ir
O cheiro se dissipa do ar
Impregna em mim a sensação de solidão.

Eu ri dos cantos bobos dos boêmios
Agora me apego a vida por causa de tua volta
Agora me vejo nos lábios do jovem poeta John Keats.

Sou a maior tola nesse condado
Volto ao século XVII a melancolia
Mas meu tempo é de agora,é revolução.

Estou presa a seu lenço
A como me laçou em seus versos
A como me fiz pertencente a teu ser.

Amargo o néctar da fantasia me é em tua partida
Não é audível o mover de minha energia em busca da tua
Atada a essa casa no fim do dia.

Eu me misturo a casa
Sou a parede,as janelas, as portas
O cabideiro que guarda teu terno e meu chapéu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário