sábado, 29 de outubro de 2011
O Porto (Vanessa Ferreira)
Quero te dar um lugar
Em meio a essa folha
E aos sons formados pelas palavras,
uma casa para o sossego
para um instante de paz.
Para que esqueças a pressa
E deixe de ser estrangeiro
navegando de mar em mar.
Teus Beijos (Vanessa Ferreira)
Dizer adeus aos lábios que tive mil vezes
Em meus sonhos
E em tantas outras vezes que pude sentir o sabor,
Esses lábios que me proporcionaram alegria
E sensações inexprimíveis
De tão suave toque
Macio, delicado por entre meu rosto.
Não me imaginaria dizer adeus a eles
Ao sabor deles que acabo de conhecer,
A consistência de sua força e fragilidade
Sua volúpia e pureza
Sua ânsia e calmaria
Riscando o arco-íris no céu de minha boca,
E o desejo que suaviza meu desespero.
Depois de provar da fonte de teus beijos
Já não vejo outra droga,
Por vezes saciada deixo sobrar,
Em outros momentos anseio pelas sobras que deixei.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Luta interior (Vanessa Ferreira)
Não há mais estrelas ou nuvens
O céu está apenas escuro
Como os seus olhos
Que teimam a me perseguir.
Teimam em satisfazer o desejo
de minha alma humana
de minha alma humana
E os caprichos da juventude.
Eles teimam em me entorpecer
E deles eu quero fugir
Mesmo sem direção
Saberei aonde ir
Para longe deles.
Deixe-me ir embora
Não sei o que faria se ficasse
Não sei se sobreviveria a seu encanto
Antes que feche a porta
E não haja mais tempo,
Voz
Ou forças para fugir
Deixe-me ir!
O Depois (Vanessa Ferreira)
Não há, mas nada que se possa querer.
Já lhe faltam idéias
De forma inútil está,
Há uma lacuna nas emoções.
Quando um amor vai embora nos deixa ocos
O que nos sobra são as cascas
As lembranças atormentam o coração do enamorado
Forçando sempre a recordar o melhor do que foi a sua vida.
Não há nada a ser feito
Cumprimentos artificiais, tudo ao avesso
O amor levou tudo o deixou esgotado.
O que resta é apaixonar-se outra vez
Sofrer tudo de novo de formas diferentes
Só assim saberá que está vivo.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Crise (Vanessa Ferreira)
Tolas palavras as minhas
Levam-me a overdose literária
Faz-me pular do precipício,
E me esconder nas entranhas,
Em confissões que de nada valem.
Tento passar o tempo com elas
E escondo a verdade
De onde vem a minha ira
Droga!
Se antes eu soubesse...
Não teria provado
Da porção afrodisíaca de seus lábios
Embebida em seus beijos;
De nada serviria
Aqueles poucos e roubados momentos
Para todo esse tempo ocioso
Longe do que virou meu vício.
Vivo em minha fauta
Em meio às recordações,
De fato o cálice que me trousse á vida
Esse me devolve a morte
E ao frio da solidão.
Eu varo a madrugada
Procurando por uma razão
Um motivo que seja
Para toda essa distancia
Caetano, Vercilo, Djavan, Gal Costa...
E cantores estrangeiros
Consolam-me noite adentro.
Tenho esperança
Não sei bem o que fazer o que dizer,
Eu quero, eu quero...
Erro em minha impaciência
Mas não há como esconder a vontade
Quando cada fibra do meu ser me sufoca,
Diz que sofro por antecedência
Então, aniquile minha inquietude,
Se for só momento, que seja,
Eu quero continuar,
Quero estar com você.
E você o que quer?
ENTRANHAS (Vanessa Ferreira)
Eu sei que um dia a beleza vai embora,
E esse belo rosto vai murchar como as tulipas
e belas margaridas de um buquê nupcial que um dia secam.
e belas margaridas de um buquê nupcial que um dia secam.
Eu sei que a pele de porcelana um dia engelha,
Que seios firmes sedem,
Que sua áurea escurece,
E a cintura macia deixa de ser.
Os pés são tomados por veias,
Os pés são tomados por veias,
Até as mãos tornam-se envelhecidas.
Tudo seca,
Tudo envelhece,
Toda forma de beleza tem fases
Como as estações
E os frutos do pomar.
Então o que nos resta
Em baixo dessa capa que decrepita
E que cada dia morre um pouco
É o incorruptível
O não palpável
A nossa alma.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
SIMETRIA (Vanessa Ferreira)
Mãos que passam por minha face
Acariciam minha boca,
Perdem-se em meus cabelos.
Pergunta-se sobre formas concretas,
Porque não são simétricas,
Mas são reais
E ainda belas
São sentidas.
Os dedos se despedem de mim,
Curiosos mas cuidadosos
Seguram minha mão,
Inda sim arrumam uma mexa
Que teima sair do lugar
Dei a esses dedos a fita que carregava na luva,
E um lugar em meus pensamentos.
As coisas que me diz (Vanessa Ferreira)
Diz a mim coisas
Me pergunta:
Achas que não tenho certeza daquilo que digo?
E continuas
Sou sincero!
Eu retruco mais uma vez:
Como pode?
Então adentras minhas entranhas em voz cortante
Eu te amo...
Me dizes essas coisas e me rasga
Me angustia
E me dá tamanha satisfação.
Vivo em contradições de mim mesma
E só você tem a certeza
PASSOS ALADOS (Vanessa Ferreira)
O tempo passava
Rápido demais
Meu coração palpitava
O celular às vezes tocava
E aumentava meus “ais”.
E então eu resolvi
Disseste onde sempre o encontraria
E eu fui.
Fiz-me mais bela
E então resolvi
Onde dissestes que estaria
E eu fui contra o vento,
Os ponteiros voavam
Como os pensamentos...
E resolvi
Queria vê-lo
Sem mais delongas
Então... eu fui
E...
Não estavas lá.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
ESSÊNCIA CRUA (Vanessa Ferreira)
Não sinto nada
O toque,
O abraço,
As palavras,
Estou em meu casulo,
Meu casulo imaginário.
O tempo se fechou
Sei disso
Porque sinto as gotas de chuva
Molhando a mim,
Lá se vai o pouco pó de arroz
Que havia colocado no rosto.
Gosto do meu rosto limpo
Sem máscaras,
Só minhas pupilas,
Íris,
Lábios
E outras partes de minha face
Puramente eu.
Fria,
Sossegada,
Tranquila
E feliz em meu mundo
Mundo de letras,
Planeta cheirando a papel.
Sangria (Vanessa Ferreira)
“O que tenho em minhas mãos?”
Isso queres saber?
Pois digo que não direi!
Atrás dos enfeites, laços
E da armação de meu vestido
Escondendo minhas mãos nas costas
Eu refugio de seus olhos
Meu maior segredo...
Podes conquistar meus olhos
Meus pensamentos,
Mas não o mostrarei o que trago,
E isso não te darei
Por mais que insistas.
Eu o guardei protegido em meus dedos,
As pétalas da última flor
Que ganhei do meu primeiro amor,
Mas as pétalas carmins
Logo viraram sangue,
E a rosa chorava...
Ao olhar minhas mãos na vermelhidão
Estava um pedaço de mim,
Uma carne que pulsava
E que estava em ruínas,
As pétalas ocuparam o lugar do meu coração,
Das mãos ele sumiu,
Mas elas as pétalas
Estão sangrando
Vermelhas...
Não quero que vejas
Não mostrarei o que escondo em minhas mãos,
Vestígios de amores perdidos.
domingo, 9 de outubro de 2011
DEFINIÇÃO (Vanessa Ferreira)
Acho que não devo mais dizer “Eu te amo”
Só se diz essas coisas quando se tem certeza...
E como posso sintetizar tudo em três palavras?
Como resumir o desconhecido?
E se não for amor?
E se for outra coisa?
Um desses sentimentos sem nomes, sem classificação?
Como definir algo tão complexo quanto os quantum?
A antimatéria desconhecida?
Os focos de luz em expansão?
Se somos parte do cosmo,
o que sentimos também é sua composição...
Então, então...De fato temos medo do desconhecido
da matéria escura em nós.
Torna-se tão necessário
Como o apego que te dei
E a confiança que presenteei
Fiz, e fiz consciente tal sacrilégio
E pronunciei tais palavras,
E quero pronunciar.
É justo dá a tal emoção um nome tão comum e monótono?
É justo chamá-lo de amor?
terça-feira, 4 de outubro de 2011
SEM VALOR (Vanessa Ferreira)
Já se tornou banal
As rosas vermelhas,
O desejo,
O beijo...
O encostar das mãos,
O roçar dos pés,
E meu coração acaba aceitando
Que não existe amor...
E acredito duvidando
Ainda está relutante
Minha fantasia...
Aquilo que guardo
Que nunca revelei
Nem a mim mesma,
A dimensão de quanto amor
posso dar, posso comportar,
Quantos desenganos
Inda posso suportar
Quantas dimensões
posso explorar...
Desejo,
Beijo,
Sensações,
Sabores,
Prazeres,
Beleza,
Profundidade,
Tudo já se tornou banal,
Torno-me estranha
A grande parte de mim
Não adere a essa ideia;
Carrego um pequeno raio de otimismo.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O principe e a rosa (Vanessa Ferreira)
Pensas, pensas, e pensas
Questiona-me por vezes, por horas
E mais e mais perguntas...
Me diverte, me distrai...
Ora, poderia usar trocadilhos
Mas...não usarei
Poderia ser perverso?
De fato não me conheces
e teme, teme pelo pior
pelo melhor...
Agora ainda me interroga ao olhar minha face
ao ver meus olhos
ao provar de meus lábios
e deixar a marca de seu suave perfume em minhas mãos.
E eu apenas sorriu,
e agracio tua doçura inquestionável.
Rosa, me mostra teus espinhos
e o alto do penhasco a escalar para achegar a ti,
a copa de vidro que a cerca,
que a sufoca,
Só tu podes libertar-se rara flor!
Inda sim não impede-me de admirar-te
alma livre porque aprisiona-te?
Compartilhe comigo seu mistério,
Anda...Questiona-me!
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