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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Do lado de fora (Vanessa Ferreira)



A estrada é igual para todos

Para a van

Para o ônibus

Para a moto

Para o carro do ano

Os automóveis sem luxo nenhum

E para quem vai a pé também

Vai ver o mesmo céu e paisagem

Sem um real a mais de passagem

Vai ter tudo do mesmo jeito.


A cada passada vai ficando para trás

Na janela, no bagageiro, nos passos a imagem se repete

Os pensamentos variam

Sentimentos são diversos

de quem chega, de quem vai, de quem volta

As pessoas passam e a paisagem fica

Mas depois de anos até ela muda

Que dirá você passante.


A gente passa e só a estrada fica para o próximo passar.



segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Tulipa Branca (Vanessa Ferreira)

 


À Ana Selva

Clássica e cheia de encantos

A "Selva" vem de sua força

Marcante onde está

Desfila elegância e simplicidade

Direta e suave.

 

Primeira das flores a nascer na primavera

Renasce

No jardim ela é rainha

Ensina, aprende, nos envolve.



Rosa Vermelha Praieira (Vanessa Ferreira)

 


    À Adriana Toledo

Amor ardente em tudo que faz

Vive inteira

Nas alegrias e ardores da vida nada de metade

Coragem, admiração e respeito ela já tem

Passa dançando a ciranda da alegria.

 

Ah! Rosa vermelha de paixão

Embala sorrisos e samba

Lembra o amanhecer de um feriado no meio da semana

Intensa é ela.

 

Não é obrigada a nada, dona do seu querer

Ensina-nos novos passos de dança

Apenas é

Só faz o que gosta e conquista a todos no jardim

Traz o mar com ela a cada pisada.




Toda Ana (Vanessa Ferreira)

 





Orquídea Branca (Vanessa Ferreira)


À Cláudia Roberta

Representação de elegância e sofisticação

Branca, grandona e radiante é ela

Cheia de encantos

Como  uma tarde de por do sol a refletir sobre a vida

A beleza inefável

Ouvindo Nana Caymmi.

 

Ela entra em nossas vidas como quem valsa

Ou escreve um soneto

Olhos brilhantes e inquietos

Madeixas a voar

Esquenta o coração das artes que traz na mão

É amor que escorre e ganha vida

Ela está a guiar.

 

Acadêmica, Mulher e estar onde quer

As velas da vida, desse porto ela sabe velejar

Um abraço dela e seu perfume fica em nós

E ela leva um pouco da gente também

Nossa orquídea branca.




Dama da Noite Vermelha (Vanessa Ferreira)



À Gladsmery Oliveira

Gosta da luz do sol e de ambientes quentes

Em meio ao jardim tem seu destaque

Exala um aroma inconfundível

Abraça o ambiente e cuida das demais flores

Floresce o ano todo.

 

Tem um charme no balançar dos cabelos

Sabe ouvir e direcionar

Companheira das lutas diárias

Tem um brilho de dia à noite.

 

Mistério, charme, carinho em sua simplicidade de ser

Vestida de natureza sabe acalentar

Materna, guerreira, incansável luta pelos seus

Ela é sonho e suor

Feita de enorme coração.



Cravo Vermelho (Vanessa Ferreira)


À Alliny Simone


Respeito, amor e paixão

Demonstração de admiração

Está sempre presente em um buquê de rosas

Aromática e marcante

 “A Flor dos Deuses” na mitologia presente.

 

Tem coração de mãe

Gera a vida em tudo que faz

E É forte, ah se é!

Renasce quantas vezes for preciso

Chega a durar e frutificar no mais difícil solo

E até mesmo colhida não deixa de exalar beleza

Em meio aos espinhos da vida sempre deixa perfume onde passa.

 


 

 


Azálea (Vanessa ferreira)



À querida Cirlayne Rossana

Seus tons de rosa vibrante chegam a ofuscar

Adaptam-se a paisagem, porém destaca-se

Sabe viver com as demais rosas

Aparentemente delicada à primeira vista

Surpreende-me por superar os solos mais áridos da vida.

 

Sabe dosar e é sábia

Responsável, amável, amiga

Não tem tempo de florir

Todos os dias é sua estação.

 

Vemos sua beleza estonteante todos os dias

O mundo sorri, quando ela sorrir.

Ah! Como é lindo nosso jardim com ela.

 

Seu perfume invade o ambiente

A doçura é sua marca

Acompanha até o mais veloz pensamento

Seu brilho eterno nos ilumina a cada dia.



 

 

 

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Jasmim-café (Vanessa Ferreira)


                                                               

                                   A Eliete Judite

Ela é singela e sorridente

O vento nunca tira sua graça

Adora abraços

Sua seiva a prende em minha mão


Ternura e presença

Ouvido, carinho e confiança ela é

Enfeita jardins e pés de arvores

Deixa nosso dia feliz

Todo mundo a quer por perto.



terça-feira, 4 de outubro de 2022

Onze-horas (Vanessa Ferreira)

                                  A Magda Prado




Se abre ao sol

Essa flor branca e amarelinha

Tem um Q de carinho e casa

Vejo infância e vejo transbordar o olhar de mãe em você

O amor em tudo que toca.

 

Seus olhos adultos e treinados para ver a vida

Não deixam de se encantar

E o que é o amor maternal, se não algo natural que nos enche de luz?

 

Você se abre para luz, e irradia

Então, não poderia ser outra flor

Perto do lar, vestida de casa

Nos dá conforto, calor...

Ensina a sempre lembrar do extraordinário nas coisas mais simples da vida.

 

Hoje foi o que nos acompanhou

A beleza nos detalhes

Ao redor de uma velha árvore.

 


 

 

 

Flor de Camomila (Vanessa Ferreira)

                                       A Ijaci Gomes


Passeando dos coqueirais as cachoeiras

Encontrei-a em todos os lugares

Em meio a grandes ventanias se faz suave.

 

O cheiro reconfortante

Acalento harmônico

Simples mas, de grande poder

Não a subestime!

 

Ela acalma a força ansiosa

Resolve os conflitos

É paz e coração

Na medida certa de amor e compaixão

Por isso sempre vence,

Por isso nos marca para sempre.

 


 


Dente-de-leão (Vanessa Ferreira)

                                  A Merielle Arruda

Achei tua flor

Eu vi um dente-de-leão e pensei: “É ela!”

Repara

Ele é cultivado não importa a luz ou sombra que habita

E é uma flor de liberdade

Ganha asas

E pode girar o mundo

Ao mesmo tempo é delicada, ao mesmo tempo é resistente

São tantas coisas que contigo se parece...

Uma flor atípica e fantástica

Nunca está do mesmo jeito

E onde chega espalha sementes de alegria

Ama um fuá

E não importa a ventania

O sol

Ela sabe dançar conforme a música e fazer seu próprio espetáculo

É, você é um dente-de-leão.



 

 

 

 

 

 

Criação (Vanessa Ferreira)

                                        A Cláudia Roberta e suas criações.



Ela lapida pedras

Faz adornos

Transforma amor em peças

Transfere sentimento a tudo que faz

E eu sinto hoje a minha ligação com o mar

O vento da maré

A boa energia ao usar o que dela vem.






segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Flor de sal (Vanessa Ferreira)


Ela queria um pouco de sol

Sal

Luz

E amor o dia todo.


Se jogou na cama e não quis acordar

Num dia de preguiça ignorou todos os chamados

Ela queria um pouco de sol

Virar mar.





domingo, 11 de setembro de 2022

A você (Vanessa Ferreira)


Seu amor não tem responsabilidade de me salvar de nada

Mas com você eu me sinto eu

Na forma mais puríssima e autêntica de ser

Sem precisar me montar

E me monto se eu quiser

Como também sei ser a ordinária e a mais cândida flor

Daquelas que por estar num cenário rotineiro pensa não ser extraordinária

Até se ver.

 

Alguns momentos comigo e outros com você

Sinto minha essência única

E posso me deixar artista louca

Escrever pra mim, pra você

Para todos e para ninguém

Ou até engolir as palavras e depois vomitar com outro gosto

Sem precisar me podar ou escolher as palavras.

 

Sou a louca que seduzo

A romântica que chora

E a criança que se encanta no bater de asas.



 

Um café (Vanessa Ferreira)

Ela sempre volta, olha e confere

Mas não há controle

Dentro ou fora de casa

Na casinha dos pensamentos viaja.

 

É produtiva

Sofre, vence

Volta olha e confere

Repete, repete...

 

Entre ser objetiva e dar voltas ela tenta ir à linha reta

Por dias consegue

Por momentos não

Mas está melhor que antes

Delega alguém que volta, olha e confere

1, 2, 3...

Até que a poesia salva

O amor!

O sonho!

Eles a roubam momentos bons

Viver é uma aventura curiosa e rara.

 

Ás 7h se faz questões filosóficas

Voa e volta ao café da manhã

Entre o cosmos, crença, ciência e terapia

Ela e ela, ela e ele, ela e ela

Alívio da fala e da dança matinal.

 

Quando surge o desconforto

Ela sempre analisa e acha a solução

Ligeira é ela

Ela sempre volta, olha e confere

Às vezes delega alguém

Mas hoje está de boa

Só ela sabe como é bom e ruim ser ela.

 

Ela sempre volta, olha e confere-1

Ela sempre volta, olha e confere-2

Ela sempre volta, olha e confere-3

Quase sempre...

Às vezes não.

Hoje não.





 


sábado, 27 de agosto de 2022

Quatro patas (Vanessa Ferreira)


Eu choro na chuva

No olhar felino

Um dia me desses abrigo

Nutrisses a mim

Meus sonhos e esperanças

Um tranquilo lar.


Estou sempre no mesmo muro

Sol, nublado ou temporal

Mesmo que me espantes

Eu vi a tua humanidade

Você me sente também

Em outrora eu te tive  e você a mim.




sábado, 11 de junho de 2022

Cosmos (Vanessa Ferreira)

Ela é feita de energia

A noite e o dia cabe nela

É sol, lua nova, buraco negro

A constelação inteira.



quinta-feira, 26 de maio de 2022

Em casa (Vanessa Ferreira)



Quando eu olhei ao redor
E não lhe vi
Senti que ia chover
O perfume não estava mais ali
O sorriso havia ficado em casa.

Quando eu olhei ao redor
E não lhe vi
Pensei por um momento não ser real
Eu lhe procurei como se procura algo precioso
E me lembrei
O sorriso havia ficado em casa
Em casa o jardim impera
Ali era só passagem
Estação.

Em casa o jardim impera
E mais forte estava em meu coração
Foi aí que eu sorri
O sorriso estava em casa me esperando
Larguei do mundo e fui pra casa.









domingo, 10 de abril de 2022

Favo (Vanessa Ferreira)

 

A vida é um caminho de aprendizagem

E uma das coisas de que se é feito é de saudade...

Viro poema a cada manhã

Dentro de taças, xícaras, canecas...       

Independente do líquido

Ainda sei dar mel mesmo quando a vida amarga.



Maturada (Vanessa Ferreira)

 



Às vezes sou um Rosé Prosecco Festivo,

Pronto para abraçar a boca de quem comemora. 

Alcoólica, marcante nas notas do que me misturar

Acompanhando alegria e saladas...

Por vez sou um tinto seco hora avinagrada

A vida pesa e esqueço-me do sabor frutal.

 

Hora vestida de branco, transparente,

Carregada de significado

Notas de madeira, carvalho, aromática

Verde, harmônica, glicosada e acolhedora.

 

Numa varanda vento frio um demi-seco

No calor do sol tinto gelado suave de mesa

Vinho do Porto na ânsia de doce

Desconhecidas marcas e conhecidas outras

Mutações, misturas...

 

Aprecia-me posso ser feita de várias,

Tantas dependendo da safra das fases da vida.

Colhida, esmagada, transformada

Caldo meu que tu bebe a cada verso.

 

A temperatura me matura viro álcool

Sem perder a doçura

Um pouco dessa graça fica em meu vermelho Sangue coagulado.

 

Faço parte do prato principal

Envelhecida a cada experiência

O tempo só me valoriza e explodo em seu paladar.



 

 

sábado, 2 de abril de 2022

Servida? (Vanessa Ferreira)


Nesse drinque  eu lhe sirvo uma alma antiga

Nasceu para mim que parece que viveu cem anos

Quem sabe uma daquelas senhorinhas chique da tv.

O sabor das ervas

Um chá alcoólico onde o gelo e a azeitona dançam com uma tônica...

Pegue uma cadeira ou faça uma faxina para brindar

Num jantar a dois 

Na mudança.

O que devo dizer ?

Talvez tentada a colocar poema nessa taça 

Quem sabe depois de Poemas no Vinho

Ou talvez só uma versão a la Vanessa de Martini.




360º (Vanessa Ferreira)

 

Quando estou nos teus braços

Perco-me do som

Me sinto parte do infinito

Meus ossos doem da tua falta

Além da velocidade da luz

Meus pés perdem a gravidade

Em viagem astral eu te beijo

Numa noite de sábado.




terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Impactada (Vanessa Ferreira)

 

Eu quando me vi em meio a um rebento

Águas quebrando pedras

Os rios e o mar

Universo e oceano destruindo a matéria

Terra

Chão firme despedaçou na minha frente.

 

Eu soube ali que te amava

Eu soube ali que não te destruiria

Não me despedaçaria como as pedras

Eu quis seu colo

Eu quis seu braço

Como criança assustada no precipício

Fechei os olhos e chorei.

 


sábado, 22 de janeiro de 2022

Energia (Vanessa Ferreira)


Achei por muito tempo que fosses tirar a áurea triste

Confundi com introspectividade

Com recolhimento e apreciação do finito

E conforto pelo fim, não aceitação, não mais.

 

Também achei que quando

Num momento de sensibilidade

De olhos abertos ou fechados

Sem prazer

Percebia as ondas do meu ser equalizado nesse corpo carne

Pensei que era loucura.

 

Achei que me tirarias desses olhos pra dentro

Mas tu pegas na minha mão

Ou viras voz apenas

Em meditação teleguiada

Sente comigo

O remexer de mim em mim.

 

Como a movimentação oceânica com a lua

Eu sinto

Sinto tudo

E sinto você

Até sua partida.



 

A poesia que bebo (Vanessa Ferreira)


Fui café numa manhã quando precisava acordar pra vida

Foi aí que amargo eu precisei despertar

Como fui suave também

Desci por entre sua garganta te revigorando.


Fui chá no desespero

Na insônia

Na ansiedade do fim de um dia

Em meio ao medo e tédio

Fui tua calmaria.

 

Fugisse para adolescência

Tu querias ver o belo de novo

Os olhos regrediram

Mas meu gosto maturou com o tempo

Da terra que me arrancasse

Bebesse a terra

Bebesse a calma

Bebesse-me.

 

E agora adulta me acha como a uma taça de vinho

Eu sou a mesma bebida transcendental

A poesia

Esquento-lhe

Alegro, dou prazer.

 

Tu não tem medo mais de se ver infantil

Não fica desconfortável para ser aceita

Veste-se de mar

De si

De ciência

De intuição feminina.

 

Teu desejo escorre e não limpas mais

Teus dedos produzem palavras sem censuras

Tu se aceita

Tu é mulher

Tu é energia

Luz

E eu te banho essa noite.






 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

O mesmo homem (Vanessa Ferreira)



Eu vejo em seus olhos o mesmo homem

Que me beijou na ponte

Que me despiu sem medo

Virou verso

Mergulhou em mim.

 

Eu o sinto abrindo as portas 

Escalo as minhas entranhas

Os pensamentos

Escrevo poemas, mentalizo

E te tenho toda vez

Você sempre está

E quando vai, sempre volta.

 

Eu vejo em seus olhos o mesmo homem

E se reinventa

Adapta-se

Me deixa levitar

Levita comigo...

 

Sinto-me mais linda, mais eu.

Emociono-me

Estou apaixonada por sua beleza

Por sua leveza

Faço parte de tu e tu faz parte de mim.



Sou (Vanessa Ferreira)



Sou mil e uma mulheres

Ancestrais, novas, velhas, inocentes, faceiras

Flores, cravos e cactos

Pássaro, cobra, lagarta

Borboleta, cor, tudo, nada, presença, ausência

cheia de perguntas, prazeres e tormentos.


Sou mil e uma mulheres

Gosto, vontade, teimosia, desejo

Tumulto, calmaria, tempestade, ódio, amor

Poder, medo, coragem, multidão, solidão

Uma bala acertando o alvo

Fogos desconexos sem direção

Ressaca sem medida de pensamentos.


Vivo eu acompanhada de mim e de tantas

Sobrevivo a danação e regozijo sem fim de minha existência.