Fui café numa manhã quando precisava acordar pra vida
Foi aí que amargo eu precisei despertar
Como fui suave também
Desci por entre sua garganta te revigorando.
Fui chá no desespero
Na insônia
Na ansiedade do fim de um dia
Em meio ao medo e tédio
Fui tua calmaria.
Fugisse para adolescência
Tu querias ver o belo de novo
Os olhos regrediram
Mas meu gosto maturou com o tempo
Da terra que me arrancasse
Bebesse a terra
Bebesse a calma
Bebesse-me.
E agora adulta me acha como a uma taça de vinho
Eu sou a mesma bebida transcendental
A poesia
Esquento-lhe
Alegro, dou prazer.
Tu não tem medo mais de se ver infantil
Não fica desconfortável para ser aceita
Veste-se de mar
De si
De ciência
De intuição feminina.
Teu desejo escorre e não limpas mais
Teus dedos produzem palavras sem censuras
Tu se aceita
Tu é mulher
Tu é energia
Luz
E eu te banho essa noite.
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