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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

terça-feira, 23 de julho de 2019

Cadastrado (Vanessa Ferreira)


Em minha aurea rosa a sua azul se misturou
Me difundiu
Mediu
Me esticou.

Me despiz
Falei sem parar
Me dei
Rasguei-me para você entrar.

Fiz-me depois costurada
inteira para lançar-me em seus braços
quando enfim repouzei
Me vi abrigo
Meu chão sumiu
Voltei a ser só novamente,
E novamente.

Perdida num espaço antigravitacional
Atemporal
Longe dos teus acordes graves.

Nesse estica encolhe
Senti o peso do meu corpo
e mente
Não pude mais voar.

E novamente de tanto bater meu coração
me sufocou
Quase partiu-me ao meio
Ferida remexida antes de sarar
Vira sangria outra vez.

Sangrando por entre a casa que é minha
Vazando de angústias por ruas desconhecidas
Me refugiando em dedos e palavras
Com olhos tristes hoje
Esperando contentamento em algum dia.

Descamando e perdendo fios vou me desmontando
Ao mesmo tempo as células são sábias
Se regeneram uma por uma
Em seu devido tempo
Me cabe  apenas a espera
o silêncio...
Ouvindo a frequência de cada batimento meu

Eu amei
Amo
Me amo.







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