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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Chuva (Vanessa Ferreira)



Lava tudo
Escorre pelo asfalto
Alivia meu ser
Molha e limpa onde passa
Tira minhas máscaras
Limpa minha boca das mentiras da boa convivência no mundo.

Só sou eu embaixo da fumaça
Só sou eu embaixo das gotas
Só sou eu aqui.




Reflexo (Vanessa Ferreira)

É engraçado como itens de supermercado pode voltar a serem legais.
A vida colorida vai se desenhando aos poucos
Com o orégano e os demais temperos,
me lembrando sabores das frutas, verduras, legumes,
Panelas atenção! Minha vontade de usá-las está voltando.

Casa estou querendo lhe enfeitar
Suas paredes precisam ter minha cara
Os móveis podem serem redirecionados
Porta retratos, espelhos, quem sabe um tapete?



A luz vamos acendê-las?
Por que estava tudo tão escuro?
Ahh! Vou fazer um bolo ou biscoitos para perfumar meu lar
Vamos organizar, limpar, botar luz, deixar tudo lindo aqui dentro também.



















sexta-feira, 26 de julho de 2019

Conselho (Vanessa Ferreira)


Menina,
Você se esvai facilmente
Controle suas saídas e tenha sempre o mapa do retorno.
O universo é grande demais
Explore-o com cautela
Mas não deixe a gravidade lhe prender para sempre.


terça-feira, 23 de julho de 2019

Quebra de braços (Vanessa Ferreira)

Você é o universo
o oceano
um mar sem fim.
Mas sou maior que você
pois você cabe em mim.

Semáforo (Vanessa Ferreira)



Ela sorriu quase numa expressão de dor
Olhou para os dois lados
Atravessou o sinal
deixou as fitas do cabelo voar
Ele foi acompanhar.

De tantos rabiscos acumulados 
Cadernos lotados
Na vera escrevem suas poesias.

Caverna do interior lotada de teias
Onde nasce a arte.



Adeus as flores!
Vão se espatifando nas telas 
Redes sociais.

Tão insana ela escreve sem nem saber o porquê
Apenas escreve
continuamente
E atravessa um novo sinal.

Porém agora ele não mais a alcança...









Cadastrado (Vanessa Ferreira)


Em minha aurea rosa a sua azul se misturou
Me difundiu
Mediu
Me esticou.

Me despiz
Falei sem parar
Me dei
Rasguei-me para você entrar.

Fiz-me depois costurada
inteira para lançar-me em seus braços
quando enfim repouzei
Me vi abrigo
Meu chão sumiu
Voltei a ser só novamente,
E novamente.

Perdida num espaço antigravitacional
Atemporal
Longe dos teus acordes graves.

Nesse estica encolhe
Senti o peso do meu corpo
e mente
Não pude mais voar.

E novamente de tanto bater meu coração
me sufocou
Quase partiu-me ao meio
Ferida remexida antes de sarar
Vira sangria outra vez.

Sangrando por entre a casa que é minha
Vazando de angústias por ruas desconhecidas
Me refugiando em dedos e palavras
Com olhos tristes hoje
Esperando contentamento em algum dia.

Descamando e perdendo fios vou me desmontando
Ao mesmo tempo as células são sábias
Se regeneram uma por uma
Em seu devido tempo
Me cabe  apenas a espera
o silêncio...
Ouvindo a frequência de cada batimento meu

Eu amei
Amo
Me amo.







segunda-feira, 22 de julho de 2019

Natural (Vanessa Ferreira)

Dualidade
Fogo e Água
Concreto e Abstrato
Sou o tudo em um só.

Sai pelos meus poros minha voz
minha áurea além de meu gênero
No profundo de meus olhos
No riscar do meu sorriso
Sou duas, três, sou tantas
Em meu assombroso natural.

Totalidade em partículas
Me estilhaço e me monto
Eu morro
Eu renasço
Excelso.

Minha pele só demosntra um pouco de minha extenção
Termino dentro de ti nessa leitura
Dançando nas gaiolas da existência. 




Hoje eu queria escrever um poema (Vanessa Ferreira)


Hoje eu queria escrever um poema
Desses que nos fazem esquecer os boletos e tantas tonterias.

Hoje eu queria escrever um poema
Daqueles sem ordem, sem regra, sem diagramação premeditada.

Hoje eu queria escrever um poema
Preciso de poesia
Desapegar da terra
Apenas se elevar.

Hoje eu queria escrever um poema
Preciso da imaginação
Daquele brilho dos anos 20.

Hoje eu queria escrever um poema
Já fiz tudo e para aplacar a ansiedade momentânea
Vou brincar com poesia.

Hoje eu queria escrever um poema
Rir de tudo
Ignorar tudo
Me inserir num musical.

Hoje eu queria escrever um poema
Quem sabe eu consiga
e tenha essa sorte hoje.


sexta-feira, 19 de julho de 2019

Juntas (Vanessa Ferreira)

Ela por si só é poesia
Super heroína diária
Sou eu, é você
Somos todas nós.

Sororidade.


A mãe, a professora,
A mulher
A essência em todas as fases e formas
Útero que forma o mundo
Peitos que amamentam nações.

E ainda sim somos mais que fábrica de gerar
ou corpo que só dar prazer
ou um simples bibelô.


Florida (Vanessa Ferreira)


Ela agora é florida
Não que não esteja dolorida
É que o MPB contemporâneo lhe alegra
E dá para ser feliz em meio aos boletos
Num cineminha
Numa Netflix
Numa zumba na faxina descontraída.

Para que chorar pitangas?
Se no final tudo se ajeita
E o que não se resolve, resolvido estar.

Tudo pode até permanecer igual
mas esse céu não.
Essas flores da calçada de uma senhorinha
O requebrado instantâneo
O sorriso de alguém na rua aleatório.

As cores tomam seu vestido
seu rosto e  unhas sem timidez.

Então, vamos viver moça
Um dia de cada vez.
Venha brisa!



quinta-feira, 4 de julho de 2019

terça-feira, 2 de julho de 2019

Sol (Vanessa Ferreira)


Alegra o dia
Me acorda para vida
Esquenta minha melanina
Traz paz
Revigora-me a cada amanhecer
Receba um abraço meu.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Big Bang (Vanessa Ferreira)


Deixava-se ativar
Detonou-se em segundos
Por um momento a pulsação era insuportável
A alma queria sair do corpo
Se despejar nos ares.

A matéria se desprende
se refaz
Forma-se outros mundos
Ela vai renascer dos gritos
Ela dança no infinito.

Pode ser o que é
A pele é outra
Estrutura interestelar
Consciência líquida
Paz suprema
Céu e divino.

Em milhares e milhares de anos ela volta
Renasceu numa borboleta
Dança como Vanessas.

Ela é luz, ela é fogo
É água
Parte de todos os elementos
Uma energia rosa que se nega ser infeliz.

Quem sabe voe mais alto
Mas quem sabe não existe, ela só faz.