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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Floresta (Vanessa Ferreira)






Suspiro prolongado juvenil
Unanime pensamento de ingênua bravura
Amor descompassado avassalador
Mito endeusado idealizador
Incógnita indecifrável ao pensamento
Atraente frescor como do orvalho da manhã.
Então, tudo perdeu o significado
E tornou-me tão estranho a mim mesmo
E opõe-se o conceito
E o que era não era mais
E o que um dia foi castelo se desfaz,
Torna-se tão desconhecido
E desconfortável a roupa que veste
O coração que habitava
Não é mais seu.
Nem vestígios possuem real valor
Nem a importância que tinhas
A imagem na imaginação da relva e do jardim
No mover do despertar do desejo,
Morrestes como a última tulipa,
O último girassol que ainda teimava a sobreviver
só no inverno prolongado,
O último suspiro de um poeta.
Como a lembrança do encantamento perdido...
Tempo eternizado
Aspirações traduzidas
Roteiro repetitivo
Ziguezagueando a partida
Astros que se apagam
Mistificando a vida. 
E viveu seco e oco
Tornando-se massa cinzenta
Porém, não aceitou mais a inércia.


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