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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

terça-feira, 1 de março de 2011

O ESPELHO (Vanessa Ferreira)


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                   “Uma bela mulher” era o que ouvia desde a adolescência, andava de mãos dadas ao sujeito mais estranho que conheceu e que por motivos agora esquecido era seu marido. Ele afagava seu rosto de maneira costumeira e até artificial, já era difícil fingir prazer de tê-lo por perto e forçava um ar de riso amistoso e curto. O correr de mão por seu corpo era tido como algo estranho e em público precisavam ser um casal feliz e não sabiam o por que; pelo costume?. Ela amava o forte e sincero o amável que a tomou nos seus 15 anos, esse já jaz no seu túmulo de arrogância aos 40. Quando se está infeliz tudo se torna insuficiente “A bela mulher” se olha no espelho e já não gosta do que vê; a pele não é a mesma até a cor está modificada pelo sol a idade não a correspondia, chegava aos 32. Não era adolescente ou a mulher que já foi, mas continuava ali, sendo ela.
                   No sofá ele acariciava o abdômen saliente agora empanturrado de carne vermelha e cerveja, com seu corpo fora de forma começa a falar  da cintura da mulher que não via mais.Ela cortava o bacon para o feijão e cantarolava algo da Fagner,remexia os quadris para tentar se sentir atraente;ele tinha medo de ser morto por ela ao observar sua agilidade em cortar a carne,e já um pouco embriagado o jogo havia acabado 3 para o Sporte,seus instintos o faziam buscá-la, agarrando-a pelo avental;apenas favores que faziam um ao outro de vez enquanto mais nada,era divertido às vezes,só às vezes.Até esse súbito acontecimento tornou-se raro entre eles;ele já não conseguia fechar o zíper de sua calça favorita,comprou outra.
                 Arrumou-se e se perfumou com colônia de alfazema mais do que o comum, com o topete penteado engraxou o sapato e “pernas pra que te quero”. A mulher fingia nada acontecer apenas pergunta se ele voltaria para jantar. Beber com os amigos era costume nos fins de semana, mas “Aí tem coisa!”, pensou ela. Desligou a costelinha de porco que estava no forno, livrou-se do avental e do pano de prato que colocava no ombro e o seguiu. Era um bar, ao entrar notou uma porta ao fundo, ao abrila e chegar ao primeiro andar, viu um prostíbulo e ao se livrar das cortinas do caminho... Estava ele como veio ao mundo ao lado de uma jovem de uns 15 anos.
                   Como poderia ver isso,ele a manda sair a jovem desorientada não sabe para onde vai, tenta esconder sua nudez com as mãos, seus olhos de gazela assustada seria um deboche?, Teria sido ela enganada?, Ou estaria com medo da reação da mulher que batia e xingava o homem?.A mulher a via como um porco, falou todos os palavrões existentes o deixou naquele lugar e aconselhou a jovem para sair daquela vida, afirmou que ela tem tudo o que quer quando é jovem, mas depois quando os anos passam o que veria era só decepção.
                   A mulher mudou-se para casa da mãe e ele sozinho parecia um cego num tiroteio nada sabia fazer numa casa, providenciou uma jovenzinha para servi-lo e talvez providenciaria outra quando essa fizesse 32.

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