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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

sábado, 16 de outubro de 2021

Imã (Vanessa Ferreira)

Quero fazer um carinho no seu coração

Mas agora quero na barra da minha saia

Agarrado ao meu coração

Como uma veia

Você me circula a alegria

Que passa a circulação do corpo

É estar com quem se ama a verdadeira felicidade.


Sou fogo tu é ar

O ar alimenta o fogo

E o ajuda a ser

Sem o dominar

São parceiros

Se completam

Se dão.


Eu sinto paz em pensar que tudo acaba depois daqui

Que talvez a energia vague no espaço inconsciente

Mas se existir algo além

Quero que me encontre

Assim como me achou nessa vida

Me ache lá

Me faça companhia

Depois de uns 100 anos aqui

Quando formos de lá.



Ela (Vanessa Ferreira)

 

Ela sempre quer

O querer é coisa dela

Vontade ela tem aos montes

Jorra como cachoeira

Sem amarras  feita de vento

Vontade ela tem aos montes

O querer é coisa dela

Ela sempre quer.



Encaixe (Vanessa Ferreira)

Nunca precisei lhe pedir amor

Me desse de graça

Sem cobrança

Sem saldos negativos

Me desses

Apenas me desses.

 

Agradeço por sua oferta

Atenção

Teu corpo

Carinho

O mel do doce natural daquilo que não se força

Daquilo que não se vende

De todos os momentos

Que não sonhei

Tu viesses como uma brisa

Quando vamos fechar a janela.





sábado, 7 de agosto de 2021

Todo dia ele volta (Vanessa Ferreira)


E todo dia eu sinto saudades

Todo dia ele volta

A cada 24 horas meu riso se renova

A cama volta a ser um lugar quentinho

Meu coração é um ninho que o recebe

Toda vez.


Às vezes não acredito como voas tão longe e ligeiro volta

Parece um beija-flor em tempo recorde de bater as asas

Parece que a natureza o ajuda a achar o retorno

E todo dia eu sinto saudades

Todo dia ele volta

Feito as ondas do mar de Maragogi

Ele volta.



quinta-feira, 29 de julho de 2021

OBSTINADA (VANESSA FERREIRA)

 


ELA ENTRA NOS CORREDORES OLHANDO PARA UM ALVO

VÊ AOS LADOS, MAS O FOCO É A FRENTE

SUA TEIMOSIA JÁ A SALVOU E A MATOU ALGUMAS VEZES

MAS ELA É ASSIM, OBSTINADA

PERTINAZ NO AMOR, NA DOR, NA CANÇÃO

RELUTA EM NÃO SER.






terça-feira, 13 de abril de 2021

Impetuosa (Vanessa Ferreira)

Às vezes tenho certas urgências

que aparecem e vão embora de repente

Corro para abraçar o corpo masculino que me acompanha

Escrever, ler, procurar a poesia

Tomar um café

Dizer um eu te amo

Mandar uma figurinha na rede social

Postar uma foto, frase

Ir na esquina.


Às vezes tenho certas urgências não agendadas

vontades, impulsos, desejos...

foi assim que comecei esse poema

e enchi de teimosia e capricho



quinta-feira, 1 de abril de 2021

DEVANEIOS DE PÁSCOA Vanessa Ferreira

Vanessa Ferreira  Professora, Escritora, Poetisa e Acadêmica da Academia Palmarense de Letras. Cadeira: 38 Patronesse: Júlia de Moraes Leite

  


Quando penso em Páscoa

Me vem em mente várias...

A do religioso

A do que não tem religião

A do menino rico

A do que vive sem teto, sem chão.

 

Penso no chocolate que quis

No que dei

No que comi

E na barriga de quem tem fome

Nos templos religiosos

Ou em baixo da ponte.

 

O que me encanta é o espírito de renovação

A esperança que às vezes está num pão

Num olhar

Num abraço a distância

Por que de perto não se pode dar

Penso no ar para os pulmões que precisam.

 

Desejo então, saúde e vida

Conjugar o ESPERANÇAR

O RENOVAR

O AMAR o próximo

O APRENDER no outro morar.

 

 

 

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Fuga (Vanessa Ferreira)


Aquele vestido branco

Cobria meu corpo

Um sonho aos 15 anos...

Um croqui, lembrança juvenil...

Estava amarga

Anestesiada.

O desejo era sair galopante as montanhas

Rasgar a mortalha que criei

Mas a inércia traiçoeira

A química em meu sangue

E eu

Adormeci em mim

Disse sim.

Acordei cada dia querendo dormir

Triturei as flores no passar das horas 

O buquê apodreceu

Despertei do sono interno com a poesia batendo em minha porta

Destranquei os cadeados

e fui viver.



Querer (Vanessa Ferreira)


Como a minha vontade de viver

Só quero fazer amor com você

Tu está em tudo

Feito o desejo teu de na chuva se banhar

E a vontade de me prender aos detalhes da casa

A fome de aprender

Só quero fazer amor com você.

 

Só quero fazer amor com você

Na manhã de um domingo

No vespertino distante

Na água salgada do mar

No salobro do rio que se mistura as correntes marinhas

Como a chave na fechadura

Eu só quero amar

E só quero fazer amor com você.

 

Como a pareia quando está a se encontrar

Igual à velocidade do tempo que não para de passar

Tu dizes não ter crença, mas sei que tem

Na análise ou terapia

Eu sou ciência e tu és intuição quântica

Como a morte que é certa para todos os viventes

só quero fazer amor com você.

 

Igual a minha ânsia por comida

Cozinhar, comer, beber

gozar os prazeres do viver

Só quero fazer amor com você.

 

De noite no breu

Ou na luz que a lua teima do sol roubar

Na água, na terra, no ar

Só quero fazer amor com você

Me esbaldar

Desse teu corpo febril

Desses cabelos brancos tantos anos vividos.

 

Só quero fazer amor com você

No antes no depois de uma epopeia

Quando do trabalho largar

Após estudar ou ler um conto

Quero no teu peito me fartar

Beber tuas palavras mudas.

 

A gente é feito de universo

da vida, de tudo que está lá fora

Só quero fazer amor com você

E pensar no agora.

O ontem já chicoteou minhas vontades

O amanhã me trouxe ansiedade

só quero fazer amor com você

E esquecer

Me fundir

Me diluir.

 

Só quero fazer amor com você

Por sobrevivência

Por amor

Assim sobrevivo o existir

Num beijo

Num orgasmo de luz

Prefiro morrer assim

só quero fazer amor com você

no princípio e no fim.

 

 

Só quero fazer amor com você

Como nos meus sonhos cândidos inocentes

Como o tesão que me torna fêmea

Como contavam a mim nas novelas

Ou em histórias de igreja

Sagrada/profana que entrega o corpo ao macho

Só quero fazer amor com você.

 

 

Só quero fazer amor com você

Como uma história sem fim

Daquelas que começo

Que me aperreia

Não durmo e escrevo

Também como a paz de uma MPB

Só quero fazer amor com você.

 

 

Só quero fazer amor com você

E terminar esse poema em seu corpo

Brindar de tua alma

Misturar-se a minha essência

Hora inquieta e latente eu  domino

Hora me deixo dominar.

Só quero fazer amor com você

Antes desse dia acabar.

Mas as horas nada valem

Amanhã estarás em minha cama

O corpo chama o corpo 

E enfim desejo meu

só quero fazer amor com você .

 

 

Só quero fazer amor com você

No leito terreno

Na terra quântica

No laboratório da ciência

No altar de quem se ama

Nessa casa alugada que por um tempo é minha

Num luar

Não importa o lugar

Quem sabe apareço em sua porta

Ou farei morada nas pálpebras  tuas

só quero fazer amor com você.

 

Só quero fazer amor com você

Porque tem algo de humano

Porque teus olhos me comem

Ao mesmo tempo me libertam

Só quero fazer amor com você

Porque não cortas minhas asas

Porque sou delicada e obstinada 

E meu lado animal não me tira o intelecto

Porque é tu que meu corpo quer

Só quero fazer amor com você

E lhe farei um Cantares exclusivo

Um livro novo no nosso Pentateuco.

 

 

Só quero fazer amor com você

Suja/limpa

Sem ser demonizada ou infantilizada

Fazer amor com você é um lindo diálogo

Meu e teu monólogo, teu silêncio

Tuas falas, tua escrita, meus poemas.

 

 

Só quero fazer amor com você

A vida toda enquanto me és desejoso

Enquanto és o que é

E só quero fazer amor com você

Até a virada dos séculos ou até a eternidade

Em corpo

Alma ou energia

Quero continuar fazendo amor com você.




Não me defina (Vanessa Ferreira)

Não me defina se tiver um companheiro do lado

Pelo tamanho do meu cabelo

Ou o estilo de minhas roupas.

Não me caracterize  por uma maquiagem

Ou algo mais supérfluo.

Não ache que me conhece pela minha educação 

Ou sorriso em momentos sociais.

Nas palavras às  vezes  sou espontânea, digo o que sinto.

No poema eu falo

Sorrio

Acho graça em tudo

Sofro.

Cada dia me descubro 

Me transformo

Reconstruo

Descontruo

Sou projeto inacabado de mim mesma

Poesia filosófica 

Loucura da vida

Alegria  movimento

E onde for vou com o coração.


Imperatriz (Vanessa Ferreira)

Poema feito no dia 14.06.2019 para a poetisa, acadêmica e amiga Conceição Ramos
Ela voa quando os pés tocam o chão
Como uma garça caminha
Tão bela
Beleza de gueixas
Beleza da flor que se veste de elegância. 

Atavia-se
Tinge-se
Penteando seus contornos
A cada passo voa...

Imperatriz por natureza
Afável em sua formalidade
Sutileza na pena
Beleza madura
Felicidade notável
Ela é completa
Ela é amada!

Dela saem pétalas rosê
da tela a mesa refinada é
Imperatriz por natureza
Ela é Conceição.



terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Vamos? (Vanessa Ferreira)


Vamos ver a água do mar

Submergir nas palavras

Imergir em carinhos

No doce mais doce

Teu néctar mergulhar

Teu intelecto nadar

Minha morada

Atlântida.





terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Lençol (Vanessa Ferreira)

 


Quando olho para aquela cama

Forrada com um lençol com desenhos do mapa-múndi

Tantas viagens fiz em mim

Tantos novos caminhos em nós.


Me vem diversos pensamentos com essa imagem

Como a vida pode ser simples

É tudo tão belo 

Acolhedor como uma casa.


Seu perfume e meus sonhos moram ali

Nos diálogos de manhã

Palavras voam grudam do teto as paredes

Carinho e o despertar

Um boa noite e o descansar.


Esse leito não teve tantos choros

Mas sim  risos, longos toques

Dali me vieram novas inspirações

Só ou acompanhada sinto a poesia

Tua áurea é como boa lembrança

Igual ao perfume de um chá ou café

Tu tens um aroma característico e para mim afrodisíaco.


De dia a fragrância me visita ao trocar as cobertas

No bater do colchão para forrar

O abraço no travesseiro

A essência de amor no ar

Me trazem de volta por um momento

a seu beijo matinal.





 




segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Flor de Mandacaru (Vanessa Ferreira)

No trabalho braçal na roça 

De Coco Catolé muitos alimentou

É forte é mulher.


Vem de  Caririaçu Ceará

O amor a fez criar asas e virar Quipapaense

Da rusticidade do Mandacaru ela suportou a escassez

Símbolo de resistência é ela.


Do improvável  surge

Quem olha para o cacto não diz

Que no meio de espinhos

Ambiente seco no Sertão

Algo tão belo pode surgir.


É delicada mas é forte

Tem em suas folhas a fibra

Suas raízes busca nas profundezas da terra a água 

A sobrevivência 

Resiliente ela permanece

Renasce, vive, sobrevive.

A planta inda vira alimento que mata a fome

Mãe de muitos 

Dela nasce essa flor tão bela.


Diferente da flor que dura muitas vezes uma noite

Essa flor chamada Aleci resiste

Embeleza e procria

Espalha amor

Afeto e receptividade por onde passa.



domingo, 24 de janeiro de 2021

Obrigada (Vanessa Ferreira)



Me desse de graça

Sem cobrança 

Sem saldos negativos

Me desses

Apenas me desses

Agradeço por sua oferta

Atenção

Teu corpo

Carinho

Tudo que o mel do doce natural

Daquilo que não se força

Daquilo que não se vende

De todos os momentos

Que não sonhei

Tu viesse como uma brisa

Quando vamos fechar a janela

E temos um insight

Por que até na tua alegria tem tristeza?

No fim acho que a pergunta foi pra mim

Fugindo dos abismos.



Autoconhecimento (Vanessa Ferreira)

 


Se conhecer é se libertar

Como dar ao outro acesso ao meu ser sem de fato se vê?

Como outros podem me amar se eu não me olhar?

Se a imagem real sem maquiagem

Dogmas

Crenças

Questões sociais

Não quero ver.


Como me dar a outro sem dar-me a mim ?

Tome-lhes a chave de si

Sejas tu responsável pela tua felicidade

Se assuma para si dona.