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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Noite (Vanessa Ferreira)


Em curvas negras me afogo

O chamego do roçar da barba

Dedos e mãos firmes

Pés que prendem a terra

Cabeça espacial.


Em sua biblioteca escaneio linhas neurais

Bebo de sua sabedoria a conta-gotas

Sou o manto que te cobre

Deito contigo na teia de aranha que sustenta a matéria.



Vento Travesso (Vanessa Ferreira)

 

Um beijo apressado em meio a livros

A procura de um quê

Não encontro alívio

A reposta não existiu.


Quis por instante o saber

Tentei me conectar a você

Na era Victoriana me teletransportei 

Nos teatros instantes congelados

Quis instalar uma ponte a seu afeto.


O carinho no toque me fez olhar para dentro

O que vi já tinha visto

A luz de seus olhos castanhos

Meus devaneios não eram iguais aos teus 

Eu lhe fui insuficiente em meu querer.


Pintei seu rosto de olhos fechados

Lhe enviei o bem

Energias positivas para que sigas

Em fraterno amor lhe concedo sorrisos

Torço por ti e com alegria o recordo.



Quântico (Vanessa Ferreira)

Sempre terei meu corpo para te dar

Enquanto fores meu

Quero que seja sem medidas.


Na minha ingênua compreensão de eternidade eu amo você

Hoje e sempre.


Como a gravidade

A relação espaço tempo

Tal a velocidade de átomos

Eu sou o nêutron de teu próton

Por isso eu o sinto.


Existem várias versões de nós agora onde estivermos

Estamos amando nesse momento

Mesmo em realidade de segundos distantes.


Na divisa de meu racional

Até no que não sei dizer

Que me forma

Talvez alma

Áurea

Consciência

Você já é eu

E eu sou você

E continuo coexistindo

Em total êxtase.