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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Eu e o mar (Vanessa Ferreira)


Cada célula do meu corpo se conecta a água salgada
O balançar  vento
A areia onde finco meus pés .

O céu azul mistura-se ao mar espelho
Espumas e gotículas de água evaporando em neblinas
Tudo faz parte de mim
Estou em casa de novo
Meu casulo
Placenta do mundo.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Desdenho (Vanessa Ferreira)


Como aqueles  versos piegas
que eu lia e ria na adolescência
eu sinto sua falta.

Quando atravessa a porta eu sinto ir
O cheiro se dissipa do ar
Impregna em mim a sensação de solidão.

Eu ri dos cantos bobos dos boêmios
Agora me apego a vida por causa de tua volta
Agora me vejo nos lábios do jovem poeta John Keats.

Sou a maior tola nesse condado
Volto ao século XVII a melancolia
Mas meu tempo é de agora,é revolução.

Estou presa a seu lenço
A como me laçou em seus versos
A como me fiz pertencente a teu ser.

Amargo o néctar da fantasia me é em tua partida
Não é audível o mover de minha energia em busca da tua
Atada a essa casa no fim do dia.

Eu me misturo a casa
Sou a parede,as janelas, as portas
O cabideiro que guarda teu terno e meu chapéu.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Posologia (Vanessa Ferreira)



Eu mesma sou minha medicação
Cada dia convivo e supero minhas questões
O fato do querer a companhia é melhor que precisar.

O amor se exerce de várias maneiras
Seus poemas me afagam o coração 
Não me laça
Não me prende
Fica ao lado.

A raiz do amor para mim é a liberdade
Hoje sei disso.




Interestelar (Vanessa Ferreira)



Eu sou a nebulosa insistente na tua Via láctea
Sou o berço das estrelas
Eu gero a vida em mim
E ao mesmo tempo sou tua casa.

A ti gerei um novo homem
Nessa metamorfose virei outra mulher
E um dia como filho continuarás em mim
Novos planetas virão
Eu sei sempre tua morada.

Na dor
Na alegria
Na solidão
O nosso elo quântico permanecerá além da velocidade da luz.




terça-feira, 2 de junho de 2020

No silêncio (Vanessa Ferreira)


A filosofia vaga no silêncio da matéria escura do pensamento
tal qual como o universo, nunca está parado.
A pulsação do nosso consciente silencia as palavras
mas continua em devaneios inconscientes.

As vezes filosofo quando tenho uma pia de pratos para lavar,
assim acaba logo.

Com isso quero dizer que o que os dedos não falam a mente processa
O filósofo está produzindo seu texto a cada momento de silêncio.

A Rosa Branca ( Vanessa Ferreira)


As rosas brancas se misturam num buquê
Porém, não perdem a majestade
Seu nome denota a paz
Mas em suas fibras ela tem paixão
Meu olhar de poeta vê que os espinhos que tem protege sua prole.
Afinal a maioria das pessoas a acha delicada
Querem ter a beleza para si
Mas ela é linda solta
Na natureza
Se dá somente ao amor verdadeiro.

Ela é franca
Fraterna
Seu coração de mãe abraça o mundo inteiro.