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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Balada de um amor (Vanessa Ferreira)


Me deixo ser amada
Como uma empreitada
Fechamos diárias
Contratos
Barganhas.

Me deixo ser amada
Mimada
Amaciada
Amolengada
Moldada de carinho.

Me deixo ser vista
Carente
Desesperada
Querendo me aninhar.

Dás-me tanto afeto que esborras
Recebo até mais do que comporto de ti.
E quando não estás
O vazio é tão grande que faz ecos...

Por isso vou fazer nutrir a poesia
De poema a poema
Sinto o baque da saudade
Me levar ao mais profundo sono
Que é onde quero ir
Apagar, sumir a noite enquanto não vens.

Só existe a poeta na escuridão solitária
E a  mulher espera tua volta.










quarta-feira, 15 de abril de 2020

Quando você é a poesia (Vanessa Ferreira)


Uma vida
Tantos livros ainda não lidos
Textos inacabados em mim
Incompletos, ainda escrevo.



Alma (Vanessa Ferreira)


Sinto às vezes que vivi 100 anos

Eu ainda me acho não encaixar

Estou curtindo o passeio aqui

Na tua companhia.


Mostra-me o lado de lá cultura

O lado de cá tantas coisas belas

Leva-me a ver cores, poemas,luzes

Aceno para os rostos que  me apresenta

Aprecio os quadros nas paredes dos lugares.


Nessa estante estou

Acho que por acaso

Mas me pega a mão

Diz que sou o livro mais belo

Logo tu que é obra da poesia também

Tão cheio de paixão

Mistura-se ao amanhecer

E  sirvo-lhe-ei meu café.






domingo, 5 de abril de 2020

Lendo-te (Vanessa Ferreira)


Eu bebi da fonte do poeta
No badalar dos sinos
Anunciando a eternidade.
Vi sua alma inerte
A energia eclodir dos dedos
O fôlego de vida
Seu pulsar de morte
atrás da minha pálpebra
Lhe vi nascer.