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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Desatino (Vanessa Ferreira)

E então?
Prenderes meu lóbulo temporal em sua teia de palavras?
Seduzisse?
Hipinoticamente acessas a mim?
Estou sob encanto ou feitiço?
Quem sabe miragens é?
Na fé em um oásis eu te projetei.
Independente de real ou não, não pare de dançar.


Coisas (Vanessa Ferreira)


Um dia
Cansado
Pesado
Em últimas instâncias
Juntei pedaços
Roupas
Coisas
Fui até você.

Me encontrei
No reflexo do espelho estava,
Mecha por mecha
Coração
Dedos e mãos
Estou aqui...
Oi?
Aterrissei.




quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Piloto automático (Vanessa Ferreira)

Se foi
Como vento
Me sugastes a vida
Manipulastes meu querer
Fosses um doce veneno até eu ter repulsa
Quis botar meus dedos na garganta e te vomitar
Expelir todo e qualquer rastro teu.

Se foi
Eu muito chorei
Pensei: "No que errei?"
Fiz das tripas coração
Vivi além
Até que quando cheguei do outro lado de mim estava cinza
Vi-me triste.

Mecanicamente eu vaguei
O sangue me voltou a pulsar e me vi só
Olhei seus olhos e não o reconheci mais.
Um belo dia eu fui
Mas ainda estava me despindo de ti
Até que após o inverno
Se foi.



Pupila (Vanessa Ferreira)



Seus olhos
Eles se alteram como as fases da lua
Hora me olham com desejo
Em instantes é cuidado que saem deles.

Curiosos pesquisam minhas enciclopédias
Cada momento a cor acende-se
Eles continuam a me olhar.

Tem hora que quero te esconder em minhas asas
Vejo tão indefeso
Mas, quando menos espero me domina
Arremata-me!

E aí quem manda deixa de mandar
Alteramos o poder
Dois rendidos
Dois vencedores.


segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Mas... (Vanessa Ferreira)


Sorrisos que se esconde na ruas,
Olhares perdidos em multidão,
Silêncio,
Espera.

Vou e volto
Estou em partes mas...
Eu olho seus olhos distantes
Olhos que falam comigo.