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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

domingo, 23 de março de 2014

FRAGILIDADES (Vanessa Ferreira)


Sinto falta dos acordes
Da melodia que soava antes
Do pulsar relampejo que não se apaga
Do palpitar o seio na ânsia de saber.
Sinto falta das partituras
Das cordas, do sopro, da madeira,
Do arco do violino.
E o que se passa na mente agora?
São tantas coisas
Tantas metas, obrigações, favores, sentimentos,
Cobranças da idade e apelos sociais.
A maré do tempo quer me levar a outros caminhos
E uma parte de mim num protesto silencioso reluta.
De maneira saudosista recordo da montanha
Das árvores do passado que via em meus sonhos
Da infância que imaginei
Um pouco diferente da que tive.
Sinto falta de fantasias
Coisas que não me lembro
Lugares que nunca fui
Saudades do que não era
E o que não fui e queria ser.
Cabelos longos cacheados
Cavalo alado marrom amarelado
E em sua crina mechas brancas...
Então, bebo mais uma xícara de café
E minha mente vagueia
Sapecando como a criança da montanha
Vivendo tantas histórias que li
E outras que inventei.




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