Não tenho cheiro próprio.
As flores têm seu perfume,
Um frango guisado...
Imperceptível está meu olfato,
Das dores de um leproso
Ao silêncio de um apaixonado.
O cheiro que se sente
Em mim impregnado
É um cheiro emprestado,
De sândalo
Outras vezes de flor
Aromas passageiros
De botões vermelhos
Dos arbustos,
Suave sabor.
Das matas molhadas
Suadas folhas cheias de orvalho
A qual tem seu odor,
O que me resta é
Tomar delas para mim
O resplendor.
Mas, com o tempo se esvaem
Como se nunca existissem
Arquivo na memória
E meu corpo volta ao original
Sem ter a fragrância surreal.
Como não posso exalar minha essência
A sensíveis narinas?
Falhas narinas
Omitem-se ao cheiro da existência,
Ao incenso da alma.