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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O que sobrou (Vanessa Ferreira)

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E foi um sonho
imagens pitorescas misturadas na mente
prazer simulado pela emoção
um suspiro ofegante
um toque trepidante
sensação boa que se esvai
foi assim...
como espumas e bolhas de sabão
como o desejo de comer a maçã
e fartasse com os afagos e mimos,
e tão subitamente sumiu
da forma que veio
como os figos maduros
tem sua época.
Tenho medo de passar
tenho medo que sare
que eu esqueça.
Queria manter a ferida
que não cicatrizasse
porque de tanto tentar o contrário
volto sempre a impotência de não mudar.
De mãos atadas eu busco lágrimas
mas já chorei todas elas
eu quero...
quero sempre querer.
Meu ser oscila entre a loucura e lucidez
o agir da lógica
do que é correto a fazer,
mas de fato não consigo seguir regras,
e das voltas que faço
ao abrir e fechar a porta
não quero desapegar do que eu amei,
e o que um dia amei, não se aparta de mim.

Fel (Vanessa Ferreira)


É desconfortável está oca
uma casa de pensamentos
dá lugar as lembranças
onde sem fisionomia caminha
sem a face vívida
sem chão
sem cerimônias
quase ao ponto de explodir...
Me enveneno cada dia
a cada palavra tua
a cada lembrança
e instantes imaginados,
é doce e amarga
forte e suave sua intoxicação
e bebo dela
e me faço dependente a essa droga.
Joguei as mortalhas
mas ainda me seduz
revirar-me os olhos
e volto a ter mais e mais pensamentos
num ciclo vicioso
delicioso e mortal.


Insanos (Vanessa Ferreira)

Desdenhas os pensamentos
isola os isótopos
dos diversos núcleos de átonos pessoais
riscas nas cordas do tempo
e teima sobre a relatividade e se expande
tal qual como o universo
a cada pele
faz-me falar...




Ápice (Vanessa Ferreira)



A inconstância permeia sobre a lógica
e a faz revirar
sustenta-a até dizer chega
adentrando suavemente a emoção
que chega num toque que se repele
tornando-se frenética
então a toma
até os poucos espaços que a restam...
A lógica tomada argumenta
sustentando-se apertando seus dedos a razão
tentando trazê-la para si,
mas a inconstância a surpreende completando-a
a investindo de forma certeira,
a lógica grita suas formas e grandes nomes
a inconstância vence mais uma vez
tal como a prática predomina e assassina a teoria.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A Perca (Vanessa Ferreira)


Mais uma flor morre em meu jardim,
Antes que desabrochasse,
Antes que o perfume exalasse
Ela secou.
Pétala por pétala foi se despedindo
Chorei
Ao ver minha flor partindo
Lembrei-me das primaveras
Outras viriam,
Entretanto nada tira a cor
Daquele fúnebre botão.
Recordo da que eu te dei
Um presente meu
Deve ter tido o mesmo fim
Apodrecer antes de ver a luz do sol,
E mais uma flor morre em meu jardim.
Sei que com o tempo
Outras nascerão
No lugar da que eu te dei
Enquanto isso o que me resta
É juntar os talos
E olhá-la pela última vez.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Último Beijo (Vanessa Ferreira)


Como saber se era o último beijo?
como adivinhar?
Parecia que faríamos isso a vida toda,
que não era uma despedida.
Se eu pudesse dizer quais
os versos que fiz pensando em ti,
talvez não me chamaria de poeta
e todos entenderiam cada um.
Como saber que aquele era o último...
O último beijo.
Se soubesse...
Não o largaria
E faria daquele momento o mais especial;
Eu beberia todo mel que conseguisse
De sua boca farta e totalmente desejável,
E entornaria a doçura que guardei em seus lábios;
Despejaria-me por entre a sua língua,
Demoraria a passar o momento
Morderia de leve seus lábios mais de uma vez,
E em um abraço apertado, eu o sentiria em essência
E por fim derramaria toda poesia contida.
Mas, foi tão rápido
que às vezes nem lembro os detalhes
nem o olhei nos olhos na hora do adeus.