A TINTA DO PINCEL (Vanessa Ferreira)

Todo ser busca mesmo sem ver, cores...

de medo,

felicidade,

saudade,

nó na garganta,

dor de cotovelo,

conquista,

amor,

rejeição,

ausência,

solidão,

carência,

paixão,

beijo,

abraço,

alegria,

raiva,

aperto de mão,

vazio,

chuva,

razão,

nada,

prazer,

sossego...

Simplesmente despejo baldes disso no papel,

Sensações coloridas...

Vestimos suas cores dia após dias

Na aquarela da vida.

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Diálogos em mim (Vanessa Ferreira)

Se nada é para sempre nem a gente
Não deve ter medo de permanências
O medo se dá em viver para sempre
Minha existência está presa a uma época
Após isso não tenho significado
Apenas um nome que pode ou não ser lembrado
Mais disso não faço mais questão
Só existir já é privilégio errante.

Se tu não aceitares o fato que tudo é passageiro
Inclusive o ser
Jamais verás a beleza do acaso.
No meu caso a presença do divino é certa.
Aos pouco aprendemos no processo de existência
Com seus ônus e bônus.

Eu 2 (Vanessa Ferreira)

Contemplo o meu caminho
é diferente
se faz agora com outros mapas
os rastros que deixo em minhas pegadas
me apresentam novos pontos de referência.

As vezes o sorriso me sai fácil
e quem sabe aos poucos o encanto me apareça nos olhos
letras, letras me acolhem mais uma vez
quero morar nelas sempre.

Sou abençoada por tudo
mesmo com feridas que todos temos
estou viva
e pronta para um novo conto
um novo poema.

Posso então dissecar autores
a acadêmica é forte nesse sentido
sou tantas, sou uma. Sou.

Eu (Vanessa Ferreira)

Fui sol ensolarado

Rachante 

Castigaste

Escaldante.

Fui céu nublado

Fui chuva prateada a noite

Fui todas as estações.

Frio cortante da manhã

Fui o aroma do seu café

E o perfume de tua pele.

                                                                    

Finito (Vanessa Ferreira)

Fecho os olhos e deixo tudo ir

O vento

As folhas que caem das arvores

A neblina da manhã

Eu me desfaço

Me refaço

Fecho os olhos e deixo tudo ir.