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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

domingo, 21 de setembro de 2014

De mãos dadas (Vanessa Ferreira)




Eu era um e ainda sou em minha totalidade
Era o discurso de muitos que li
Era as paisagens que vi
Era as ilusões que tive e os sonhos que sonhei
E ainda sou eu
Eu em movimento,
Aprendendo
Socializando
Convivendo
Completo e incompleto
de acordo com as muitas fases da vida.
E quando teimei que não podia
Ou quando achei que sabia
Me vi errado
E acima de tudo me vi só.
Decidi entrar numa nova aventura
Mais em muito relutei
Até que em sorrisos e palavras me abri
Então entendi o que de fato é ser livre
E fiz minhas escolhas
Na sina de nunca estar satisfeito
Me vi magoado
E por muitas marcas que tive
eu não quis tentar outra vez.
Me vi perdido em lembranças
Até que me despi delas
E eu te achei
 estava do meu lado
Tão humana quanto eu
Então me vi acreditar outra vez
 eu tive fé
E fomos abençoados com amor.
Mas não foi amor de pronto,
Foi algo vivido
Algo construído
Dia após dia.
Tentei traduzir suas palavras em minhas
Escrever versos como se fossem seus
Mas no fim nossos discursos se misturam
Nossos dedos se entrelaçam
E estamos de mãos dadas.


Encontros e desencontros (Vanessa Ferreira)



Então,  quero escrever sobre mim
Sobre você...
Os dias, anos teimam a passar
Eles provam a fragilidade da vida
a rapidez e a força do tempo.
Não achava que voltaria a meus versos
De fato eles alimentados crescem
Só que no fim tudo é poeira das estrelas.
Não há motivo aparente
Para voltar a antigas paixões
Velhos versos
Ou passear em novos enredos.
Um a um personagem se faz e desfaz
Enquanto escrevo.
Há um tempo não sinto mais o aroma das folhas brancas,
Há uma vontade que me faz voltar
Inquietação para lembrar
Para refazer o verso
Beber o néctar da poesia outra vez.
Nas muitas estradas
Paradas da vida
Estações do tempo
Estou apegada a um poema novo
Usando novas palavras
Para coisas velhas
E usando as mesmas para as novas.