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...Passo e bailo no nada, no nada floresço....

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Nó na garganta (Vanessa Ferreira)



Envolvida em saudade

Saudade já desacostumada

De maneira superada

Ainda a revirar-me.

Contraria-me a lógica

De fato todos os absurdos

Confundiram e sumiram;

E as cinzas já lançadas ao mar

Faz-me tempestade de poeira.




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tendências (Vanessa Ferreira)




Um céu sem estrelas

Uma fenda de luz distantes no cosmo

Porém, ainda em expansão o universo se afasta

E ainda mais se  estica

E deixo de ver os primeiros astros.

Então, tudo se distancia de mim

Inclusive eu mesmo

Já que faço parte

Voltando a essência dele.



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O assopro (Vanessa Ferreira)



O véu enrola-se nas demais multidões

E dobra-se a vértice do tempo

Num clima tenso abafado

Desdobra-me

Envolve-me.

Os ditados em supérflua deixas

As palavras em construção 

O medo

Desespero

O agudo dos segundos

Rasgando em pedaços

E entre o visgo, o mel,

Os pássaros, o néctar dos deuses

O fel espalha

As pálpebras descansadas

Queimadas são pelo sol

E a imagem finda-se.


sábado, 6 de outubro de 2012

Contemplar-te (Vanessa Ferreira)





É explorar o azul inabitado das paredes do cosmo

A quimera relevante

O destilar do néctar

A simplicidade da rosa mosqueta  

O conforto da camurça

Numa ilha pitoresca de sonhos flutuantes

Perdida ilusão de um peregrino errante.

O sibilar dos sons

O eco das claves e colcheias

O arranque de um animal selvagem

Onde gera os trovões

As fendas e os caminhos de minhoca no universo

As hipóteses e teorias

O nada informe

O tempo espalhando suas formas.

Viagem ao subconsciente

Aos sonhos perdidos com imagens desconexas,

Ao desejo reprimido

A parte mais profunda do profundo

Calcanhar de Aquiles

Num lago provedor de essência.